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9 de julho de 2019

10 anos de Moda de Subculturas: Conheça a ilustradora Annah Rodrigues, cuja arte estará em nosso zine!

Primeiro, queria dizer pra vocês não desistirem da gente haha! Este blog, nosso Face e Instagram andam suuuuper lentos de atualizações, mas é por um bom motivo: a produção do conteúdo da revista e dos zines comemorativos de 10 anos do Moda de Subculturas! 
Peço a vocês paciência pela ausência mas que não deixem de nos visitar! Preciso  mais do que sempre do apoio de vocês pros projetos de 10 anos se tornarem realidade, por isso criei uma vakinha, onde vocês podem contribuir com qualquer valor, basta acessar a Vakinha Moda de Subculturas e garantir seu apoio

Hoje vocês vão conhecer um pouco mais do conteúdo inédito e exclusivo que está sendo produzido pros 10 anos: apresento a vocês uma de nossas ilustradoras, a Annah Rodrigues, que está criando artes especiais pro zine, que serão mostradas no momento oportuno. Logo logo vocês vão conhecer as outras ilustradoras, porque sim, nossos zines abraçarão a diversidade de mulheres super criativas!

Elvira e Vampira deixaram de lado a rivalidade no desenho da Annah!

Acho muito importante apoiar quem está começando, que é o caso da Annah! Tenho muito orgulho de ter apoiado e divulgado desde o começo do blog as novas marcas alternativas, mesmo que algumas destas tenham nos deixado, ainda acredito que no nicho alternativo apoio mútuo é o que permite que todos cresçam e se fortaleçam!

Quando comecei a pensar quem convidaria pra ilustrar as comemorações dos dez anos, foi importante escolher pessoas aliadas da cultura alternativa. Pessoas que percebo um talento e paixão pela arte. A Annah foi nossa colaboradora aqui do blog, que precisou ficar fora um tempo devido ao TCC, mas logo logo ela volta! No TCC em Design, ela criou uma webcomic com foco nas mulheres do metal! Não é pra aplaudir de pé? Me orgulho muito desta menina que tem um baita caminho pela frente! Você pode ler o comecinho da webcomic Vale do Metal clicando aqui.

É legal ver que a ilustração alternativa tem várias facetas... a Annah tem um estilo que mistura fofo e trevoso com personagens bem diversas e um traço divertido. E é isso que vocês vão encontrar na nossa parceria. Ao longo da entrevista, vocês verão algumas artes da Annah enquanto a arte exclusiva ao MdS fica em segredo...


Personagem usando roupas da Reversa: união entre arte e moda alternativa!

MdS: Conta pra gente como você adentrou na arte do desenho.
Eu sempre desenhei por conta própria, principalmente porque meus pais nunca tiveram condição de bancar um curso pra mim - cheguei a fazer aula de mangá quando tinha 11 anos, mas só por seis meses. Minha mãe sempre me dava cadernos novos de desenho e meu quarto vivia cheio de lápis de cor, pacotes de papel sulfite e pastas com meus desenhos. Também vivia desenhando atrás das provas da escola e nas capas dos meus livros e cadernos - já levei altas broncas por causa disso!
Na transição pro Ensino Médio eu me afastei um pouco do desenho porque queria fazer faculdade de música, e também tinha começado meus estudos formais num conservatório aqui de São Paulo, mas foi uma amiga minha que me fez "voltar às minhas origens". Fui estudar Design e, ao longo da faculdade, evolui meu estilo até chegar no que eu faço hoje.

MdS: Quais suas inspirações artísticas?
Essa é sempre uma pergunta difícil kkk Gosto de muitas coisas: mangás, desenhos animados, filmes do Tim Burton, livros, bandas de metal... Meus artistas favoritos são a Yana Toboso (autora de Black Butler), Hidekaz Himaruya (autor de Hetalia), JP Ahonen (autor de Belzebubs) e o usuário @yukkedondon do Instagram (responsável por algumas artes de camisetas do Ghost recentemente). No geral, o que me atrai é basicamente qualquer coisa que seja fofa e trevosa ao mesmo tempo kkk

Bruxinha feminista!

MdS: Como foi o processo até chegar no estilo de desenho que faz hoje? Como você descreveria seu estilo de criação?
Assim como muita gente que gosta de desenhar, eu comecei desenvolvendo um estilo mais próximo do mangá. Eu basicamente copiava os personagens que eu via na TV e online, e até mesmo arriscava a criação de alguns meus. Fiquei nessa até a metade da faculdade, quando comecei a explorar novas soluções gráficas com influências Burtonescas e de animações com estilo CalArts - já vi gente dizendo que meu traço lembrava um pouco os quadrinhos de Scott Pilgrim também. Posso dizer que meu estilo, hoje em dia, é mais uma variação do que se faz de cartoon aqui no ocidente, mas sem perder referências das minha influências orientais em alguns aspectos.

MdS: Você pretende desenvolver produtos físicos ligados à seus desenhos, como pôsteres, adesivos, papelaria..?
Agora que já estou formada eu quero muuuito começar a vender coisas com os meus desenhos! Estou aguardando o resultado do Pixel Show e pretendo me inscrever no Ressaca Friends este ano - a ideia é começar desde já a pintar nos Artist's Alley de vários eventos pra vender prints, bottons e adesivos, principalmente com artes originais minhas.

MdS: Como colaboradora do Moda de Subculturas, criou postagens de sucesso como "Crescer é abandonar o estilo alternativo" e a entrevista com a Ursula Decay... de que forma você adentrou na cultura alternativa?
Olha, acho que como muitos roqueiros aqui de São Paulo meu contato com esse universo se deu muito com a música e também com a Galeria do Rock. Lembro até hoje o choque cultural que eu levei quando eu visitei lá pela primeira vez e foi uma experiência muito mágica - ver todo aquele pessoal diferente e aquelas lojas era novidade pra mim! Fora isso teve as pesquisas na internet e tal, o que inclui o blog de vocês!

Garotas Alternativas

MdS: O universo da ilustração sempre deu destaque a arte dos homens. No próprio Rock quase não vemos artes visuais feitas por mulheres. Como você se sente nesse meio? Sente solidão, alguma barreira (preconceito)...? Como o campo está se desenvolvendo nesse aspecto de mulheres cada vez mais presentes?
Eu sinto um pouco de desigualdade e falta de visibilidade, sim, principalmente entre a galera que mexe com quadrinhos. Lembrei agora de um curso que fiz de HQ recentemente e, dos 15-20 alunos da turma, só tinha eu e mais uma menina de mulheres! Sem falar da exposição de história dos quadrinhos que ocorreu faz pouco tempo no MIS, onde só lembro de ter visto menções à Marjane Satrapi (autora de Persépolis) e à Laerte (muito provavelmente por ela ter atingido a fama antes da transição de gênero) em meio a troçentos autores homens.

Eu mesma sinto um pouco de receio às vezes de falar que comecei a fazer quadrinhos e a trabalhar com ilustração porque 1) se eu estiver falando com um cara, ele pode querer fazer todo um questionário pra dar o "aval" de que eu sou digna ou não de mexer com aquilo (perguntar que quadrinhos eu acompanho, de qual desenhista ou roteirista eu gosto, que arco de tal série é o meu favorito) e 2) num país onde o maior caso de sucesso de ilustração e quadrinhos é Mauricio de Souza, as chances de as pessoas acharem que o que eu faço é algo infantil são muitas, isso tanto pejorativamente quanto por inocência mesmo. Mas o bom é que hoje em dia eu vejo as minas se juntando pra se apoiarem e divulgar o trabalho umas das outras, seja por grupos em redes sociais ou até em projetos maiores como o banco de dados da Lady's Comics (link aqui: http://ladyscomics.com.br/bamq). No fim das contas, é preciso tomar esse tipo de iniciativa pra aumentar a nossa voz mesmo.

Freakshow!


MdS: Seu trabalho é visivelmente alternativo, você acha que existe alguma uma espécie de "limitação" de lugares onde sua arte possa ser exposta ou apresentada? Sendo assim onde e como você costuma divulgar sua arte para ela se tornar mais conhecida?
Já recebi feedback de profissionais dizendo que o tema que eu abordo nos meus desenhos é muito nichado, fora toda a insegurança e indecisão que um ilustrador iniciante tem em trilhar caminho X ou Y na sua carreira, que clientes atingir, etc. Isso é normal, afinal o mercado funciona assim e ninguém pode viver apenas de fazer Arte só pela Arte em si. Eu já fiz trabalhos de ilustração para clientes pequenos fora do nicho que aceitaria o que eu normalmente faço, mas acredito que com as pessoas certas na minha rede de contatos eu posso conseguir trabalhos bem legais em diversas oportunidades.

Já em relação à divulgação, eu aposto no que é o óbvio nos tempos de hoje: redes sociais. Mantenho atualizado meu Behance e meu Instagram sempre que possível e tenho uma página no Facebook para estar em contato com quem utiliza a plataforma - não vejo mais tanta utilidade no face pro meu âmbito pessoal kkk Tenho outras redes que preciso dar uma ressucitada (vide Deviant Art e Tumblr) e quero muito fazer um site profissional com meus melhores trabalhos. Ah! Agora voltei para o Twitter (@ilustra_annah) e lá eu também posto o que estou fazendo e compartilho trabalhos de outros artistas e coisinhas bacanas :)


MdS: Recentemente você avisou que seu TCC em Design vai ser em quadrinhos sobre as mulheres do metal, você até lançou algumas ilustrações no seu Instagram e disponibilizou dois capítulos num site (eu li e estou adorando!), qual a sua visão sobre mulheres do metal e como isso influenciou no desenvolvimento de seu webcomic?
O rock no geral sempre me foi transmitido como coisa de menino e, depois de toda a pesquisa conceitual que eu fiz sobre o assunto pro TCC, eu percebi que há aspectos que denunciam a predominância masculina e o caráter misógino do meio. Se você é uma mulher que curte metal, os caras sempre vão questionar a paixão que você tem por isso porque pra eles as metaleiras têm que ser ou gostosonas ou então usar um visual tão masculino quanto o deles - além de rolar o lance do "questionário" pra saber se você realmente manja das bandas que você ouve. Se você disser que toca, então, ainda vão ser envolvidos outros tantos paradigmas culturais com base em "instrumento de homem" e "instrumento de mulher", o que não faz o menor sentido!

Eu mesma, ao mesmo tempo em que tive meu gosto musical elogiado por pessoas mais velhas, também fui alvo dessa desconfiança por parte dos caras. E não só essa minha revolta mas também o meu crescente interesse por conhecer mais mulheres e bandas femininas da cena me inspiraram na hora de criar a história do meu projeto. Eu queria dar protagonismo a garotas que vivem na pele o que é ser mulher no meio, seja como musicistas ou apenas como fãs, e tudo sem hipersexualizá-las ou tornando-as inimigas uma da outra, mas sim mostrar que a união faz a força e que mulher também tem lugar no metal.

Gatinho mágico <3


MdS: Espaço para escrever algo que não foi perguntado mas que gostaria de expressar.
Gostaria de dar alguns conselhos: 1) se você está adentrando o mundo dos ilustradores e quadrinistas agora assim como eu, não deixe ninguém te por pra baixo por conta da sua pouca vivência no meio e não pense que todos os veteranos vão te menosprezar - você pode se surpreender e até criar uma boa rede de contatos!; 2) você que é mulher e curte rock e metal, não se intimide com os caras e viva sua vida plena, ouvindo o que você gosta e sem dar satisfação pros outros; e finalmente, 3) apoie as minas ilustradoras, quadrinistas e musicistas da sua cena! 

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E aí, gostaram de conhecer a Annah? O que acharam da arte dela? Super a ver com o blog né? Espero que tenham apreciado a entrevista e cliquem no banner abaixo pra apoiar nossa vakinha de aniversário!

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Artigo original do blog Moda de Subculturas. 
É permitido compartilhar a postagem. Ao usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Não é permitida a reprodução total do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É vedada a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, não fazemos uso comercial das mesmas, porém a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos. 


21 de julho de 2018

Vaporwave: conheça o micro estilo musical e artístico

Dentre as diversas subculturas musicais, o Vaporwave surge como um micro gênero em 2010, sendo considerado o primeiro registro musical que teve sua origem e disseminação na internet.


Capa do álbum Floral Shoppe de Macintosh Plus / Divulgação

Surgido em comunidades virtuais como Reddit, Tumblr, SoundCloud e 4chan, musicalmente é caracterizado pelo uso de samples e distorções eletrônicas referenciando músicas new wave, pop, dance e jazz, que dão ao estilo uma sonoridade que remete à música ambiente. A intenção varia dependendo do artista, tanto pode ser intencionado provocar sensações incômodas no ouvinte quanto uma aura etérea, "viajante", surreal. O que vale é provocar algum tipo de sentimento inexplicável ou confuso.

O nome é uma referencia à vaporware, softwares que eram anunciados e nunca lançados, unido a um termo marxista que descreve uma perpetua repetição de ideias que não são concretas nem significantes; "ondas de vapor", uma critica ao moderno capitalismo e à cultura do descarte.


Arte Vaporwave referenciando Karl Marx / Reprodução

O gênero musical é considerado por alguns como uma espécie de movimento punk da era digital, já que subverte o conceito de direito autoral criando músicas de autoria anônima. Num mundo onde não existe mais privacidade, os criadores de vaporwave conseguem a façanha de se manterem anônimos por trás de apelidos ou nomes falsos e praticarem o 'do it yourself' na criação e divulgação das músicas.

Uma música vaporwave caracteriza-se por ser cortada e remontada, o artista seleciona uma canção, seja ela pop, dance, funk, soul, new age da década de 1980 ou 90, a separa em trechos, diminui sua velocidade e tom e a monta na forma de repetições em looping, com isso, outra faixa completamente nova é criada.


Arte Vaporwave. Créditos: Lightchi, DeviantArt.


Histórico musical:


  •  Em 2010, o artista de música eletrônica experimental Daniel Lopatin, lança (também em fita K7) o álbum "Eccojams vol.1" sob o pseudônimo de Chuck Person (ele também é conhecido por outro pseudônimo: Oneohtrix Point Never), sendo composto de uma serie de hits oitentistas recortados e colados de forma repetitiva onde o mesmo refrão era parte da musica inteira. Virou sensação na internet.



  • O artista James Ferraro cria uma crítica à globalização e à internet em seu álbum Far Side Virtual. Pop oitentista + música eletrônica recortados e colados criando uma sonoridade desconfortável pra quem ouve. O artista é chamado de "O deus do Vaporwave".
  • Ramona Xavier, também conhecida como Vektroid lança músicas com o pseudônimo de Macintosh Plus. O álbum Floral Shoppe é considerado um clássico essencial do gênero, possuindo muito reconhecimento. A faixa "リサフランク420 / 現代のコンピュー" (Lisa Frank 420 / Modern Computing), escrita em japonês mesmo, se trata de uma musica de Diana Ross em versão lenta, cujo trecho é repetido por sete minutos ininterruptamente.

  • Surge um pequeno nicho de mercado para pessoas que se interessam por este estilo musical.
  • Em  2012, o produtor Internet Club lançou álbuns múltiplos usando antigos comerciais de TV nos vídeo clipes.
  • Em 2013, o artista Skeleton lançou versões mais assustadoras das músicas, o que inspirou novos lançamentos, como o de Blank Banshee que criou um remix de musicas new age em versões soturnas.
  • Echo Virtual lança em 2013 uma colagem de sons do canal do tempo.
  • Em 2014 o Vaporwave chega ao mainstream como uma piada da música em si. Neste mesmo ano o artista Hong Kong Express criou músicas que contavam uma narrativa.




Alguns subgêneros:

Future Funk: new disco e futurismo da música contemporânea misturado ao pop oitentista remixados, formando um som energético e dançante.

Oceangrunge: combinação de Seapunk e grunge, representado pelo artista Seadogs em 2014, é um mix de sons do oceano com bandas como Sonic Youth e My Bloddy Valentine.

MallSoft: inspirada nas musica de elevador de shoppings. O artista Hollogram Plaza popularizou o gênero.

Palma Mall: também inspirado em música ambiente de shopping mas com uma critica ao consumismo.

Vaporgoth: vaporwave em sonoridades extremamente obscuras e melancólicas.





A arte Vaporwave
A arte é parte fundamental para complementar as músicas, já que remonta ao retrô nostálgico dos anos 1980 e 90. Basicamente se utiliza de colagens de todas as possíveis imagens do Windows 95, vídeo games, esculturas neoclássicas em mármore, obras de arte asiáticas, paisagens tropicais, desenhos animados japoneses. Glitches (técnica de desordenamento de pixels da imagem digital que dá efeito de falhas), símbolos do capitalismo e do marxismo (em geral usados de forma irônica). Letras em caracteres japoneses ou em caps lock. Cores saturadas em tons de rosa e azul e também cores que remetem à arte gráfica dos anos 1980. Tudo isso pode ter um efeito hipnótico.







O vaporwave também tem seus memes:


vaporwave-statues-on-brazilian-money
"O dinheiro brasileiro é literalmente o melhor, o mais estético. Temos cores suaves pastel, animais e estátuas vaporwave"


Moda
Ao contrário de seu contemporâneo Seapunk, que também faz uso de arte gráfica retrô, o Vaporwave não tem um mercado significativo de moda, mesmo com seu potencial criativo em estamparia. Muitas peças são vistas aqui e ali em marcas diversas. Destacam-se as feitas sob demanda no coletivo Vapor95.


Vapor95 / Divulgação


É muito rico o universo das subculturas, por isso trazemos essa diversidade à tona aqui no blog. O Vaporwave continua se desenvolvendo em vários subestilos se adaptando aos temas contemporâneos. E você, o que acha da sonoridade? Conta aí nos comentários! ;)



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Artigo original do blog Moda de Subculturas, escrito por Sana Mendonça e Lauren Scheffel. 
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1 de setembro de 2017

Ursula Decay fala sobre suas personagens alternativas em entrevista exclusiva // Interview with Ursula Decay

Tenho várias referências artísticas e ilustradores que admiro. O que mais me atrai é um pouco tanto do estilo das ilustras quanto do tema que o artista geralmente aborda em seu trabalho - normalmente procuro trabalhos que mostrem um pouco de rock, cultura pop japonesa e estilos alternativos.

For English version scroll down

Copyright (c) Ursula Decay

AriannaOlga Veitch, conhecida na internet como Ursula Decay, é uma ilustradora americana que sempre retrata alternativos em seus desenhos e quadrinhos - um reflexo de seu jeito de ser e de seus gostos. Achei seus trabalhos no Tumblr e Deviant Art e me apaixonei na hora! Ela sempre posta desde desenhos isolados de seus personagens até tirinhas em quadrinhos, sempre retratando com fidelidade e riqueza a moda alternativa atual. Curiosa que sou, entrei em contato com ela e trouxe uma entrevista exclusiva para vocês conhecerem-na melhor:

AriannaOlga Veitch-arte-alternativa
Copyright (c) Ursula Decay


Como você descreveria o seu estilo (como se veste e como faz arte)?
Ursula: Minha arte é altamente inspirada em quadrinhos dos anos 1980 e 90, modas de várias subculturas e música alternativa. Gosto de muitos estilos diferentes, então não tenho um visual definido. Amo os penteados dos anos 50, mas também adoro moicanos, então costumo ter um lado da cabeça raspado e alguns cachos. Adoro meias detonadas e camisetas velhas de banda, então tem um pouquinho de punk nisso. Um monte de coisas de Halloween, um monte de coisas de filmes de terror e eu não poderia me esquecer do meu amor por pastel goth!

Quais são suas maiores influências e o que a fez tornar-se artista?
U: Filmes de ação viciantes, claro! Faster Pussycat Kill Kill, Kill Bill, Death Proof, Mad Max, Natural Born Killers, subculturas em geral. Já passei por tudo quanto é estilo no colégio: gótico, punk, skater, grunge... até mesmo uma fase scene! Eu virei artista porque era algo que eu sempre fiz. Venho de uma família de artistas, meu pai e todos os meus irmãos fazem arte.

Arianna na vida real: ela mesma é como suas criações
(imagens de acervo pessoal da artista)



Pode nos contar um pouco mais sobre os seus personagens Oliver e Veruca? O que a fez criá-los e o que eles representam para você?
U: Oliver e Veruca são personagens que eu criei originalmente para um jogo de Dungeons and Dragons dos meus amigos quando estava estudando Arte. Eles eram bandidos num mundo apocalíptico futurista, tipo Blade Runner com Mad Max e 5th Element. Eram caras maus que, no fundo, eram bons. Quando criança, em todos os filmes da Disney que eu via sempre gostava mais dos vilões do que dos personagens principais e sempre me perguntava: "Como que eles se tornaram vilões? Eles já foram bonzinhos?"  Então, hoje em dia Oliver e Veruca são desse jeito: duas pessoas que fazem coisas horríveis, estão numa gangue e levam uma vida selvagem. Mas eu queria humanizá-los e mostrar porque eles são como são. Até porque é bem legal desenhar esses delinquentes!

Da esquerda para a direita: Glam (de Munrou), Oliver e Veruca.
Copyright (c) Ursula Decay

Crazy-Axe-Girlfriend-byUrsula-Decay
Copyright (c) Ursula Decay

O que você planeja para sua carreira artística? Algum conselho para quem quiser ser artista?
U: Quero fazer meus próprios quadrinhos e publicá-los de algum jeito, seja como webcomics ou como volumes físicos. Isso seria um sonho! Agora, um conselho: ARTE É DIFÍCIL! É um negócio difícil de sustentar alguém financeiramente. Você tem que ser forte porque as pessoas criticarão duramente sua arte. Você não pode comparar-se aos outros pois isso só te machucará. Precisa treinar o tempo todo se quiser melhorar e você tem que amar muuuito isso!

Copyright (c) Ursula Decay

Seus trabalhos e demais informações para contato podem ser encontrados no seu TumblrDeviant ArtInstagram, na sua fanpage e seu canal do YouTube.


Copyright (c) Ursula Decay


 Interview with Ursula Decay
 
I admire several artistic references and illustrators, what appeals to me is both the style of the illustrators and the theme their work addresses - I usually look for works which shows rock n roll, Japanese pop culture and alternative styles. 
Arianna Olga Veitch, known on the internet as Ursula Decay, is an American illustrator who always portrays alternative people in her drawings and comics - a reflection of her way of being and her tastes. I found her work on Tumblr and Deviant Art and fell in love with! She uploads since isolated drawings of her characters to comic strips, always portraying with fidelity and richness the current alternative fashion. Curious that I am, I contacted her and brought an exclusive interview so you can get to know her better!

How would you describe your style (the clothes you wear and the way you make art)?
U: My art it highly inspired by old 80′s and 90′s comics, fashion from various subcultures and alternative music, I like a lot of different styles of fashions, so I'm all over the place with my wardrobe. I love the hairstyles of the 50's but I also love mohawks, so I usually have some part of my head shaved with some sort of pin curl, I love distressed holey stockings and old ripped band tees so there's a little crust punk, A ton of Halloween stuff, a ton of horror movie stuff, and I can't forget my love for pastel goth!

Copyright (c) Ursula Decay

What are your biggest influences and what made you become an artist?
U: Cheesy action movies for sure! Faster pussycat kill kill, Kill Bill, Death Proof, Mad Max, Natural Born Killers, Subculture as a whole. I went through all the styles back in high school: goth, punk, skater, grunge... even a cringy scene phase! I became an artist because It's something I’ve always done, I come from a family of artist my father and all my siblings make art.

Copyright (c) Ursula Decay
 
Can you tell us more about your characters Oliver and Veruca? What made you create them and what do they represent for you?
U:
Oliver and Veruca were characters I had originally created for a Dungeons and Dragons game my friends held back in art school. They were criminals in a futuristic apocalyptic world think Blade Runner x Mad Max x 5th Element. They were bad guys who deep down were good . As a kid in every Disney movie, I watched I always loved the villains more than the main characters and always wondered what made them become a villian? were they ever good? so today Olly and Veruca are very much that, 2 people who do horrible things are in a gang and lead a wild life but I wanted to humanize them and show why they are the way they are . Plus it's pretty fun drawing these gutter punks!
 
Copyright (c) Ursula Decay
 
What do you plan for your art carreer? Any tips for anyone who whants to be an artist?
U:
I want to make my own comics and publish them somehow either as a webcomic or in print, that would be my dream job! As for advice ART IS HARD! it’s a hard bussness to make a living in. You have to have a tough skin because people will judge your art harshly. You have to not compare yourself to others cause that will only hurt you. You need to practice all the time if you want to get better and you have to reallllly love it!

Copyright (c) Ursula Decay

Her work and other contact information can be found on Tumblr, Deviant Art, Instagram, fanpage and YouTube channel.


Autora: Annah Rodrigues
Estudante de Design, técnica em Multimídia e ilustradora freelancer.
Uma colcha de retalhos ambulante: gosta desde rock e cultura alternativa até coisas de época e animes.
Usa sua introversão e sentido de (des)encaixe para refletir sobre coisas aleatórias nas horas vagas e desbrava aos pouquinhos a cena alternativa de São Paulo.
Instagram | Deviant Art | Art Blog | Fanpage




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Artigo de Annah Rodrigues em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas foram feitas pela autora baseadas na ideia e contexto do texto.

4 de agosto de 2017

Conheça o trabalho de Ed Karvalho que mistura DarkArt e subculturas musicais

Para que uma cena alternativa se mantenha - qualquer que seja ela - é necessário que seus admiradores tenham algum nível de engajamento nos projetos nacionais, seja frequentando clubes, comprando livros e música, lendo zines, compartilhando links, etc... E como blogueiras de um site de temática alternativa, sempre que possível apresentamos o trabalho de pessoas que merecem ser reconhecidas. Não nos importamos com quantidade de seguidores e sim com qualidade do trabalho, veracidade no que é proposto, criatividade, identificação e talento.


Inspiração gótica: Edward Mãos de Tesoura e Robert Smith.
https://www.instagram.com/edart86/

Há um mês descobrimos a arte de Ed Karvalho, que mora no norte do Brasil, no Amapá. O artista faz um estilo conhecido como DarkArt, onde horror, macabro e gótico se juntam em imagens belas e assustadoras, mas ao contrário dos mais famosos representantes desse estilo, Ed tem uma abordagem diferente, o que nos fascinou foi o toque mórbido, irônico e divertido de seus desenhos que ilustram subculturas musicais e elementos cults!  


Ed acabou de lançar seu perfil artístico no Instagram 
e convidamos nossos leitores a segui-lo.


https://www.instagram.com/edart86/
Arte em homenagem ao blog!

Fechamos parceria com o Ed e o trabalho dele será constantemente divulgado aqui no blog, incluindo desenhos criados exclusivamente para nós com foco na estética das subculturas! 
Quando pedi à ele desenhos de peças de roupa alternativas e vi o maravilhoso resultado, me lembrei de como temos poucos ilustradores trabalhando como designers de estampas em marcas. Ou criando a arte publicitária de marcas alternativas. E criando layouts de blogs... Que legal seria se nós juntássemos esses mundos fortalecendo um o trabalho do outro!  Vocês também podem contatar o Ed e encomendar desenhos com ele, seja para seu site, blog, marca, revista, trabalho de faculdade...


https://www.instagram.com/edart86/


Com vocês, as palavras de Ed:
"Eu sou um ser barroco. Um contraste extremo de sombra e luz. E isso é transferido para a minha arte. Eu desenho o meu mundo e o entorno dele. É um submundo. Uma arte underground, marginal, displicente. Faço apenas o que me agrada. Flerto com o rock, com a subcultura, com o cult, com a moda, com o cinema antigo, com a filosofia existencial. Oscilo entre a euforia e a depressão e meus desenhos refletem isso. Não tenho grana para pagar modelos, então fotografo minha namorada ou eu mesmo a frente do espelho fazendo certa posição para não assassinar muito a anatomia em minhas ilustrações.  Não me considero profissional, aliás, nem sei se pretendo ser."

https://www.instagram.com/edart86/


"Passei oito anos sem desenhar com frequência e agora, na fase mais negra de minha vida, o desenho me veio como um alívio para o peso da vida. Certo dia disse a minha namorada que eu sabia desenhar. Ela pediu que a demonstrasse. Fiz-lhe então uma caveira e ela disse que tinha personalidade, que era diferente. Passei a partir desse incentivo a voltar a desenhar todo dia. Comecei a fazer versões caveira de astros do rock que morreram, sempre com uma dose de humor ácido: Lemmy, do Motorhead, virou do Motordead. Kurt Cobain virou Kurt SkullBain e disse “Come as you died”. Jim Morrison transformou-se em Jim Mortisson e disse “put out my fire/ Close the Doors”. Aí vieram outras ideias e muitas frases em inglês, por ser uma forma mais fácil de me comunicar com o mundo. Quem procurar no meu Instagram vai até achar mensagens cristãs (risos)."


https://www.instagram.com/edart86/


"A parceria com o Moda de Subculturas me foi vital para um novo desafio: Associar minha arte sombria às “sombras” da moda underground. Por quê não? Do nada vi que eu poderia levar jeito para desenhar uma Dr. Martens, uma peça em vinil... E estou prestes a confirmar minha primeira parceria local, assinando uma grife de camisetas com minhas ilustrações.
Que venha o mundo, que agora eu levantei do meu Caixão!"


Espero que tenham gostado da arte do Ed!
Os desenhos com foco na moda das subculturas estarão em breve por aqui! Não esqueçam de apoiar o trabalho dele, seja fazendo encomendas, compartilhando o post ou seguindo no Instagram: @edart86




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Pedimos que leiam e fiquem cientes dos direitos autorais abaixo:
Artigo das autoras do Moda de Subculturas.
É permitido usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, para isso precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Compartilhar e linkar é permitido, sendo formas justas de reconhecer nosso trabalho. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É proibido também a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.

20 de junho de 2017

O belíssimo trabalho da tatuadora Angelique Houtkamp

Como uma boa viciada em tatuagens e arte, procuro muito por inspirações para tatuar. Foi nestas pesquisas que dei de cara com o trabalho da Angelique Houtkamp, uma tatuadora que trabalha em Amsterdã, Holanda - aqui o estúdio dela: Salon Serpent.

Provavelmente vocês já viram os desenhos da Angelique por aí. Ela desenha Pin-ups estilizadas em old school. Não são pin-ups clássicas*, embora os temas sejam, mas seu estilo único é reconhecível de longe.




A pin-up abaixo é uma representação do personagem principal de “Papillon” (1973), que na história é um homem! Gosto muito dessas mesclas feitas pela artista: embora sejam pin-ups, estão fazendo muitas vezes tarefas que eram consideradas masculinas. 

 

A marinheira e a Sherlock: representações clássicas masculinas que foram feitas pela artista com protagonismo feminino. O traço também é bastante característico e muitos elementos dos desenhos se repetem. 


A inspiração são as pin-ups clássicas e os cortes de cabelo dos anos 1920, atualizadas através das tatuagens.


É provável que a atriz do cinema mudo Louise Brooksesquerda) tenha sido a inspiração principal dos desenhos de Angelique, além de outros ícones da época, como a atriz Gloria Swanson (à direita).

louise-brooks-gloria-swanson


É difícil selecionar os desenhos mais bonitos! Quem gostou pode procurá-los através do nome da artista, são fáceis de encontrar e muitos estão disponíveis!

A artista se tornou tatuadora após os 30 anos de idade, se interligando com o artigo sobre adultos que adentram subculturas.

*Nota da Editora: As pin-ups clássicas remetem às décadas de 1940 e 1950, já as pin-ups de Angelique Houtkamp chamam a atenção por tornar pin-ups a estética da década de 1920, especialmente as garotas consideradas melindrosas.



Autora: 
Nandi Diadorim. Historiadora e professora na rede municipal de ensino no Rio Grande do Sul. Guitarrista em uma banda de punk rock. Cachorreira, gateira, vegetariana, feminista...em suma, a incomodação em pessoa.




Artigo de Nandi Diadorim em colaboração com o blog Moda de Subculturas. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia do autor. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos; a seleção e as montagens das imagens foi feita exclusivamente para o blog baseado na ideia e contexto do texto.


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