Nos desfiles internacionais de 2014, um dos assuntos mais comentados na moda mainstream foi sobre a volta do clubber e da cena rave. Depois da pesquisa, observa-se que na verdade ele vem dando as caras já algum tempo, ficando mais fácil de se destacar em que pontos o movimento teve influencia.
Kabuki Starshine servindo de inspiração no Inverno 2012 de Meadham Kirchoff
Clubber no Verão 2015 de Jeremy Scott
A retomada pode ter iniciado com a explosão da Lady Gaga na mídia. O que destaca a sua estética é a forma conceitual, com forte referência na arte surrealista e na moda Kawaii. Porém, Nicola Formichetti era a grande cabeça por trás do visual da cantora, e como já escrito antes, o badalado stylist tem entre suas pesquisas as subculturas, não restando dúvida de que os clubbers fizeram parte desse moodboard.
Quem diria que uma kid underground teria seu visual copiado num editorial com Naomi Campbell e anos depois apareceria no clipe de uma das maiores estrelas pop!
Junto com o boom de Gaga, nasce em 2009 o reality RuPaul's Drag Race, o que ajuda a lançar de vez o revival da era clubber já que RuPaul fez parte da cena sendo uma dos mais famosas frequentadoras! Em seguida ao estrondoso sucesso do programa, começa a surgir o interesse da moda pelo anos 90 e aí vasculha-se tudo o que era febre nessa década.
Hoje encontramos diversos artistas onde visivelmente encontra-se pegada clubber. De mainstream a alternativos está Brooke Candy, que mistura diversos estilos, sendo um belo exemplo da geração Y. Lembrando que posteriormente, Candy trabalharia com Nicola Formichetti. As coisas sempre se interligam!
Miss Fame - participante da sétima edição - não remete aqui a Kabuki Starshine??
Hoje encontramos diversos artistas onde visivelmente encontra-se pegada clubber. De mainstream a alternativos está Brooke Candy, que mistura diversos estilos, sendo um belo exemplo da geração Y. Lembrando que posteriormente, Candy trabalharia com Nicola Formichetti. As coisas sempre se interligam!
Estética da cantora no início
Acompanhada de Amanda Lepore, uma club kid original!
Moda Alternativa
É impressionante como tudo, mas tudo mesmo que representou essa fase está voltando. Os club kids usavam uma mistureba de elementos pois nela andavam turmas como Drags, Góticos, Pattys e Boys. Muitos eram envolvidos com o universo da Moda, Beleza, Arte e isso ajudava a enriquecer o figurino dos frequentadores o que a tornou uma grande fonte de modismos pelo mainstream. Veja quanta coisa vem dessa época!
Cores Neon (ou fluorescentes)
Em 2012, já tínhamos destacado entre trends alts o neon, porém não havia sido relacionado com o clubber. As cores estão presentes em tudo, principalmente em acessórios. Lembram daqueles brincos e piercings em forma de mamona e aquela pulseira que fecha batendo no pulso? Olha elas aí:
Holográfico e Metalizado
Um dos favoritos da última temporada! Como não amar? Inclusive a pochete, que ainda pouco se encontra aqui. Aliás, toda vez que eu vejo metalizado, lembro do trench coat babado que a Bridget Fonda usa em "Mulher Solteira Procura", filme de 1992.
Versões 2015:
Glitter
Surgindo em tudo: acessórios, roupas, maquiagens, cabelos, barbas e o que mais sua criatividade permitir.
Estampas
Chokers
Também falamos da retomada das chokers, como a estilo tattoo e a em tira de veludo. Agora, além do vinil, a de couro e argolas de metal também ganharam força. Repare a semelhança do acessório de Walt Paper na década de 90 e o da modelo Fernanda Ly na atualidade.
Versões 2015 da marca brasileira HauteXtreme
Tem uns dois anos que o piercing no septo virou febre e o motivo é nada menos que os anos 90. O club kid Walt Paper e uma das top sensações da época Sybil Buck destacam o modelo em suas faces.
Lady Gaga em 2013, quando surgiu antecipando a onda dark que vinha do mainstream. Munida de piercing e choker de argola:
O penteado knot (nó) ficou tão popular que até celebridades noventistas usaram. Aqui vemos Richie Rich e Gwen Stefani:
Hoje em dia ainda não se observa a mania igual a de 1990, mas algumas famosas apareceram, como Rihanna e Miley Cyrus:
Maquiagem
Sendo a essência dos kids a estética excêntrica, a maquiagem serviu de aliada nesse repertório. Um belo exemplo é Kabuki Starshine, que não tinha limite para criar sua imagem. Quanto mais colorido fosse, melhor.
Nos últimos anos houve um crescimento no interesse por makes coloridas e isso se deu por causa dessa cena. Diversas marcas alternativas entraram na vibe e adotaram coleções com os mais diferentes pigmentos, entre elas, destaco a SugarPill Cosmetics. A dona, Amy Shrinkle, iniciou a empresa em 2003, depois que elogiaram sua make, da qual tinha influencia nas performers dos clubes underground de drag queen que ela frequentava.
Os produtos SugarPill se destacam pelos tons vibrantes e acentuam-se ainda mais quando unido ao glitter. Tudo a ver com o clubber.
Além dos coloridos, o batom preto também foi muito usado. É bem provável que seja influencia dos góticos que andavam no meio.
A gente sabe que certos modismos de agora apesar de serem dadas como algo novo nada mais são do que antigos costumes rebatizados com outros nomes. Mesmo não sendo premeditado, o Seapunk reúne elementos que acabam se encaixando na tentativa atual de dar continuidade a cena clubber. Pena que acabou sugada pelo mainstream e mal deu tempo de ver sua evolução. Talvez os Scene Kids tenham sido crias bem distantes, pois também há certas semelhanças. O que resta é ficar de olho se alguma subcultura nascerá com esse revival de música eletrônica e estética alternativa.
Diferentes períodos: Amanda Lepore e Brooke Candy
A gente sabe que certos modismos de agora apesar de serem dadas como algo novo nada mais são do que antigos costumes rebatizados com outros nomes. Mesmo não sendo premeditado, o Seapunk reúne elementos que acabam se encaixando na tentativa atual de dar continuidade a cena clubber. Pena que acabou sugada pelo mainstream e mal deu tempo de ver sua evolução. Talvez os Scene Kids tenham sido crias bem distantes, pois também há certas semelhanças. O que resta é ficar de olho se alguma subcultura nascerá com esse revival de música eletrônica e estética alternativa.
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