Em menos de um ano foram lançados os documentários de Cássia Eller, Kurt Cobain (Montage of a Heck) e Amy Winehouse. Como fã e admiradora da obra desse trio, foi bem interessante observar a coincidência entre os artistas perante as fortes similaridades de comportamento, em destaque a relação com a música e a fama.
O olhar e sorriso tímido de Amy, Cássia e Kurt
Tanto Elller, quanto Cobain e Winehouse, tinham uma personalidade supertímida e introvertida, de poucos amigos, aparentavam estranheza aos desconhecidos e uma certa frieza que na verdade era só uma casca para cobrir a enorme sensibilidade que havia dentro de si. Mas essa defesa era frágil e falhava com muita rapidez, e logo seus sentimentos eram expostos em surtos de raiva ou alegria. Pode reparar que todos tiveram momentos de alta agressividade, principalmente nos palcos, onde se desnudavam por completo.
Essa raiva contida era fruto da desestrutura familiar em que cresceram, tornando-os isolados do mundo e florescendo a sensação de que não pertenciam a esse planeta, eram verdadeiros ETs. Procuravam encontrar uma forma de expelir toda aquela ebulição de sensações e encontraram na arte/criação, em especial a música, o refúgio que necessitavam. O problema é que de repente o esconderijo foi revelado, e talvez não imaginavam o preço que iriam pagar pela fuga da realidade.
Essa raiva contida era fruto da desestrutura familiar em que cresceram, tornando-os isolados do mundo e florescendo a sensação de que não pertenciam a esse planeta, eram verdadeiros ETs. Procuravam encontrar uma forma de expelir toda aquela ebulição de sensações e encontraram na arte/criação, em especial a música, o refúgio que necessitavam. O problema é que de repente o esconderijo foi revelado, e talvez não imaginavam o preço que iriam pagar pela fuga da realidade.
“Eu sempre quis pensar que eu era um alienígena...Não estava aqui por algum motivo especial e sempre sentia saudades de casa." Kurt em About a Son
Sem saber lidar com as consequências da exposição repentina e perdendo o controle da privacidade, vendo suas vidas devassadas pela mídia marrom, o julgamento da sociedade, perseguição dos paparazzi e assédio excessivo dos fãs, e sendo propensos a transtornos mentais como a depressão, o que era um "passatempo" viria se transformar num vício: as drogas.
Fica evidente que o grande vilão da morte precoce desses três foi a fama. Não era a vibe deles e nem tinham psicológico para enfrentá-la. Mas aí você diz: "Ah, eles queriam ser artistas, tudo tem um preço!". Sim, eles queriam ser artistas e reconhecidos pelos seus talentos e atingir o público, igual a qualquer um de nós, mas não virarem celebridades. Nem todo mundo tem vontade de aparecer mais do que seu próprio trabalho.
Amy revelando sua batalha com a depressão:
“Eu não sou uma garota tentando ser uma estrela ou tentando ser nada além de uma musicista.” Amy Winehouse
“Eu nunca tive essa ilusão de fazer sucesso, sabe? É claro que era a coisa que eu mas queria na minha vida, entendeu, era que o meu trabalho chegasse para todo mundo, que todo mundo tivesse acesso a ele. Mas eu não queria que fosse atochado goela abaixo nos caras, entendeu? Quero que seja uma coisa natural.” Cássia Eller
“Na verdade se tornar um punk rocker aumentou a minha autoestima porque me fez ver que eu não precisava ser um rockstar, que eu não queria ser um rockstar, não que eu não pudesse, era porque eu não tinha muita coragem.” Kurt Cobain em About a Son
Pensando na história deles e no que a gente vive atualmente, é impressionante a quantidade de mídias que precisamos estar presentes, apenas com o intuito de se expor. Não basta só o blog, tem que ter face, twitter, instagram, tumblr, snapchat, youtube... Você é praticamente obrigado a estar em tudo senão fica desatualizado ao ponto de ser excluído de contatos que geram trabalho. Sem contar nas guerras de egos e puxa saquismos que não acrescentam em nada.
Daí vem as milhares de indagações: Qual a necessidade em nossas vidas dessa exposição exacerbada? E quem não se autopromove em excesso, perde valor? É desqualificado? Essa situação tem nos proporcionado mais felicidade ou infelicidade?
Daí vem as milhares de indagações: Qual a necessidade em nossas vidas dessa exposição exacerbada? E quem não se autopromove em excesso, perde valor? É desqualificado? Essa situação tem nos proporcionado mais felicidade ou infelicidade?
Se Andy Warhol estivesse vivo, pediria que devolvesse os 15 minutos de privacidade da humanidade. Ainda há gente que não possui interesse em fingir ser o que não é ou que não vive. Sorry!
Vale conferir o TED de Monica Lewinsky sobre o preço que pagou pela vida devassada na era da internet.Gosta do Moda de Subculturas?
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Eu vou escrever aqui algo que possa ser diferente de um comentario . Eu gostaria de ter conhecido Amy Winehouse pessoalmente .
ResponderExcluirTenho minhas dúvidas se gostaria de conhecê-los, sabe? Acho que toda essa aura deles é justamente porque não os vimos de perto, não nos deparamos pessoalmente com seus defeitos, e a convivência pode mexer com a admiração.
ExcluirComo a vida de quem é do seu próprio mundo, isolado do todo, muitas vezes vira fetiche dos outros...
ResponderExcluirSe eu, que nem sou famosa, me canso, imagino quem tem de conviver com seus anseios expostos.
E o pior: hoje em dia se contratam pessoas para ficarem se passando por você nas redes sociais, apenas para dar vazão à torrente de fãs que querem um pedaço de você. Britney Spears já tinha cantado o futuro e acho que ela nem tinha se dado conta!
Beijos!