Leituras Complementares à este texto:
Anos 50 - Parte 2: Moda Masculina
Anos 50 - Parte 4: Jovens e Rebeldes (Teddy Boys, Rockers e Beatniks)
Na década de 1950, as roupas femininas eram projetadas para lembrar às mulheres que elas eram mulheres. Insinuavam fragilidade contrastante com direitos sociais recém adquiridos. A feminilidade do new look fazia moda ser repleta de anáguas que eram necessárias para dar o caimento ideal à saia rodada. Eventualmente, um tipo de crinolina era desenvolvida. As saias e vestidos tinham a altura na metade da panturrilha e eram coloridas, de estampas abstratas ou flores, listras, manchas, xadrez e listrado.
Além do New Look, outros estilos da década foram: o revival da década de 1920 na silhueta flapper modernizada; releituras da moda Diretório e da Império. Os ternos de alfaiataria (blazer + saia lápis) comuns nos anos 40, e atualizados por Dior como "silhueta H", se mantiveram.
Depois de séculos usando apenas vestidos, em 1951 as mulheres tinham uma linha de saias (godê, plissadas, pregueadas, franzidas) para serem usadas com blusas diversas. Blusas, vestidos e conjuntos de tricô também eram comuns.
Anos 50 - Parte 4: Jovens e Rebeldes (Teddy Boys, Rockers e Beatniks)
Na década de 1950, as roupas femininas eram projetadas para lembrar às mulheres que elas eram mulheres. Insinuavam fragilidade contrastante com direitos sociais recém adquiridos. A feminilidade do new look fazia moda ser repleta de anáguas que eram necessárias para dar o caimento ideal à saia rodada. Eventualmente, um tipo de crinolina era desenvolvida. As saias e vestidos tinham a altura na metade da panturrilha e eram coloridas, de estampas abstratas ou flores, listras, manchas, xadrez e listrado.
Em 1952 surge a "bainha sereia". Nesta década houve a aceitação das calças para as mulheres, que era usada principalmente pelas jovens e adolescentes.
Nos anos 50, houve uma fixação neurótica de que as mulheres (trabalhadoras durante as guerras) voltassem para a casa e a cozinha, fizessem os deveres tradicionais de criar os filhos do baby boom e cuidassem dos maridos. Em revistas, programas de tv, livros e outros meios, ser boa e principalmente uma bela “dona-de-casa” era a meta suprema de toda a mulher, o índice mais alto do sucesso feminino. Uma mulher solteira era encarada como "emocionalmente incompetente". Os avanços tecnológicos advindos da guerra, faziam com que a dona de casa tivesse à sua disposição fogões elétricos, aspiradores de pó, geladeiras etc, o que fazia com que sobrasse tempo para gastarem consigo mesmas.
A dona-de-casa com aparência de boneca, deveria usar um avental digno. Havia uma imensa variedade deles, alguns em formato de coração e versões infantis iguais às das mães para ser usado pelas filhas.
As curvas do corpo feminino eram necessárias para atrair um marido e simbolizavam fertilidade, então, a silhueta ampulheta era valorizada.
Os corsets/corseletes retornaram sob o título de “confortáveis" pois a barbatana de baleia foi substituída pelas de aço e os busks substituídos por fechos ou zíperes. Eles não eram tão rígidos como em épocas anteriores, mas eram bem estruturados.
Após a guerra, começou-se a consumir o que era chamado de lingerie. A underwear era glamourosa. Graças ao nylon camisolas, calcinhas e sutiãs eram leves, bonitos e fáceis de lavar. O sutiã cônico era um acessório que poderia ser usado para dar a curva idealizada ao busto.
Em 1953, anáguas de nylon lentamente substituíram as pesadas anáguas de popeline de algodão, dando variedade de cores e leveza. Abaixo, exemplo de uma anágua de nylon que virava crinolina; bastava colocar dois aros na barra da saia para que ela tomasse uma forma mais armada.
A morte do Rei George VI da Inglaterra e a coroação da rainha Elizabeth II, fez a moda Elizabetana ser revivida: corpete Tudor pontudo e saias de veludo. Jóias, tiaras e coroas eram usadas à noite. A Rainha Elizabeth II e sua irmã Margareth eram ícones de beleza.
Influência da Era Elizabetana e da coroação de Elizabeth II: corpete pontudo nos vestidos e estilo princesa no cinema.
Eventos sociais exigiam que as pessoas se vestissem adequadamente. Os “cocktail dresses” (vestidos que misturam a estética do vestido diurno e do noturno), eram curtos e com decotes que até então não haviam sido usados antes das 18:00hr. Já os vestidos noturnos eram longos, em tecidos finos como seda, brocados, renas, chiffon, tule brilhante, com estampas florais ou abstratas.
As peles, consideradas símbolo de status, eram desejadíssimas, mas caras. Como opção de preço haviam as imitações como a popular cópia de leopardo. Enfeites de pele adornavam golas, punhos, broches e chapéus. Estolas (em pele ou renda e chiffon) eram o acessório mais popular por ser versátil.
Lá por 1957, a silhueta começou a mudar, se tornando mais modernista, com formas ovais ou esféricas; os sapatos ganharam ponta fina que não machucava os pés e os saltos foram se caracerizando como de altura média, dando indícios de como seria a década de 60.
Acessórios:
Meias com e sem costura |
As meias calças passaram a ser inteiras, sem costura traseira, mas demoraram a fazer sucesso. A falta de linha de costura na traseira das pernas foi associada com as pernas nuas e pernas nuas na década de 40 e 50 eram comuns demais. Aos poucos as mulheres foram se acostumando com as meias sem costura.
Com a tecnologia do nylon, as roupas de banho ficaram mais leves, os maiôs eram populares e imitavam a forma de um espartilho, isso porque a década de 1940, os fabricantes de espartilhos estavam sem clientela e perceberam que poderiam colocar a estrutura dos corsets nos maiôs, disfarçando as falhas do corpo feminino. Maiôs de "pernas" ou com saia por cima escondiam formas “irregulares”.
Biquínis eram ousados demais e apenas as estrelas de Hollywood, strippers e adolescentes os usavam. As mulheres também faziam questão de usar toucas de banho estampadas, para que os cabelos ou seus penteados fossem protegidos enquanto nadavam.
Os óculos tinham aros exagerados nos cantos externos como de asas de borboleta (conhecido como estilo “gatinha”).
Luvas eram usadas em todos os lugares; em cor creme ou branco para as mais favorecidas. Luvas em cores variadas, de algodão, eram mais acessíveis do que as de couro ou nylon. A formalidade das luvas continuou no anos 60 e na década de 1970 passou a ser um acessório apenas funcional (para manter as mãos quentes). As bolsas eram de alças curtas carregadas pela mão ou sobre o braço, com grampos ou anéis para a mulher prender suas luvas.
Os filmes à cores tiveram grande impacto sobre os cosméticos. As atrizes de peles perfeitas fizeram a marca Max Fator inventar uma versão diária da base usada pelas estrelas, que ganhou o nome de "pancake”, feito para encobrir todas as imperfeições. Também havia uma gama de sombras, batons, esmaltes foscos, uma infinidade de produtos para os olhos. A maquiagem da época era como uma máscara no rosto, alguns homens nem sabiam como suas esposas eram sem a maquiagem.
Penteados: as meninas usavam cabelos longos e retos; as adolescentes, rabo de cavalo; mulheres adultas cabelo curto, ondulado, crespos ou ao estilo poodle de Lucille Ball. À medida que a década avança e os cabelos crescem, os penteados vão ficando maiores, como o penteado “colméia” (beehive), criado por Dusty Springfield no fim da década.
Por conta de os penteados elaborados, as mulheres não queriam escondê-los com um chapéu, então estes eram usados com menos freqüência. Balenciaga mostra pela primeira vez o chapéu pillbox, pequeno, que muitas vezes tinha um véu. Mais tarde o chapéu consistia apenas em dobras de tule, organza, redes ou redemoinhos de georgette. Eram usados inclinados para o lado (na frente) ou atrás da cabeça com véu decorado com jóias.
Calçados:
Haviam diversos tipos de sapato, porém, era recomendável que este combinasse com a roupa, de preferência com a mesma cor ou estampa. Modelos pump (os ideais pra manter o equilibrio da silhueta), sapatos com ponta arredondados, peep toes, salto cubano, salto fino/stiletto (que enfatizavam a fragilidade feminina), saltos mais grossos e sapatos baixos: todos eram populares.
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