O termo alta costura teve origem na França e sua função é preservar técnicas artesanais de corte e costura (isso significa entre outras coisas: peças feitas apenas sob medida, costuras à mão, bordados, moulage) através dos tempos.
O termo foi usado pela primeira vez, em referência ao trabalho do inglês Charles Frederick Worth, que fez em 1858 o primeiro desfile de moda com modelos que se tem notícia.
O Sindicato da Alta Costura existe desde 1868 em Paris e foi criado por uma associação de artesãos. É essa câmara que determina quais as grifes podem usar o termo alta costura (Haute Couture), que é um sinônimo de exelência de trabalho.
Não é fácil fazer perte deste grupo seleto, e já foi mais difícil. Na época da segunda guerra mundial, criou-se uma série de exigências para preservar a alta costura na França, porque Hitler queria que ela migrasse pra Alemanha. Nessa época, pra fazer parte do clã, não bastava fazer roupas sob medida e ter a empresa sediada em Paris, era preciso que o ateliê se localizasse no Triângulo de Ouro (três avenidas luxuosas de Paris) e em prédio próprio, apresentando 20 funcionários no ateliê e 50 looks por temporada. E isso durou até 2001.
Hoje, o número de funcionários e looks é secundário, mas o luxo e exclusividade se mantém.
E como se entra nesse clube seleto?
Os funcionáios do Sindicato da Alta Costura analisam grifes por temporadas consecutivas e procuram códigos estéticos bem esbelecidos e política de exportação que funcione.
Atualmente, 34 grifes fazem parte da casa, sendo os membros permanentes:
Chanel, Christian Dior, Christian Lacroix, Jean Paul Gaultier e Givenchy. Estes citados são os únicos que podem ter o termo alta costura associado ao nome, pois mantém sede em Paris.
Existem as grifes "correspondentes", que são as grifes que representam perfeitamente a alta costura em seus países com um endereço oficial. São eles: Valentino e Giorgio Armani (Itália), Martin Margiela (Bélgica), Elie Saab (Líbano).
E existem os "convidados", entre eles o brasileiro Gustavo Lins. Esses convidados, fazem um pret-a-porter de luxo com know-how de alta costura. Se o Sindicato achar que uma coleção destes designers convidados não foi o esperado, eles cancelam o convite. Foi o que aconteceu com o brasileiro Ocimar Versolato, que participou da alta costura apenas em 2004.
Para garantir que a qualidade do trabalho dos artesãos e estilistas da alta costura nunca caia, o Sindicato mantém uma escola, desde 1928, com curso de estilismo e modelagem para costureiros e criadores que quiserem tentar entrar nesse ramo.
O mundo da alta costura envolve muito dinheiro. Um vestido pode custar tranquilamente 300 mil dólares. Os desfiles são fechados apenas para jornalistas, fotógrafos e apenas 200 pessoas (homens e mulheres) mais ricas do mundo (entre elas, muitas esposas de reis e sheiks do oriente médio e Ásia, nobres europeus e empresários de diversos segmentos), que assistem aos desfiles e depois de escolher o modelo de roupa, têm a mesma feita sob medida e seguindo todas as regras definidas da alta costura. Cada vestido é único. Nunca haverá um igual pra outra cliente. Demora-se meses para fazer um deles, pois as costuras devem ser todas feitas à mão.
A alta costura é uma vitrine das marcas. Uma marca não sobrevive da alta costura, pois os clientes são poucos. O que faz uma grife de moda se manter e pagar as contas são os acessórios (perfumes, óculos, maquiagens, calçados) e as peças de pret-a-porter (pronto para usar, ou seja, roupas produzidas em escala).
No Brasil não há alta costura, o que há é pret-a-porter de luxo e roupa sob medida de luxo.
mto massa seu blog adoro criativos. bjão passa lá e veja se gosta tb
ResponderExcluir