Toda edição das semanas de moda brasileiras é a mesma coisa: lá vou eu ver os defiles e ver se consigo caçar alguma idéia boa de criação ou referência da estética subcultural.
Alguns devem achar estranho eu me embrenhar constantemente pela moda mainstream, mas pra mim não é, trabalho com moda mainstream e preciso estar informada sobre. Nem sempre só tem coisa ruim na moda mainstream. Não posso simplesmente fechar os olhos pra moda de massa e ficar focada só na moda underground, isso seria partir pra ignorância, pois como vou perceber as nuances, as mudanças de comportamento e as referências da moda underground e vice-versa, se eu só olhar para um lado. Vocês até podem fazer isso, mas eu, como profissional da área, não.
É dfícil algo da moda mainstream se "salvar" ao meu gosto, mas de vez em quando aparece alguma peça legal. Abaixo alguns dos looks mais interessantes dos últimos desfiles.
FH por Fause Haten: Selecionei 3 looks legais, o primeiro deles, uma saia com babados, já vi muita saia desse estilo em revista japonesa tipo a Kera; no segundo look, claramente uma anágua, muitas vezes já vista na moda alternativa japonesa e européia; no terceiro look idem, a barra do vestido, toda franzida é bem comum em vestidos góticos mais elaborados.
Iódice: vestidinhos românticos em renda e outros em estilinho rock n roll. Destaque para a ankle boot de tela.
Rosa Chá: Segunda coleção da marca, feita por Herchcovitch. Peças que lembram lingerie, com modelagem de corselet. Bem parecida com a coleção passada.
Lino Vilaventura: Lino é um dos melhores estilistas nacionais e dos raros que não segue tendências em suas criações. Ainda bem, pois seria uma perda imensa a criatividade dele ser anulada por meras regras de vestir. Lembrando que, no meio mainsteam, para não seguir tendências, você tem que "confiar muito em seu taco", pois não é fácil concorrer com certas regras estabelecidas nesse mundinho. E desafiar essa regra torna Lino especial. Ver as imagens do desfile dele, me lembrou muito o livro "Listras - O Pano do Diabo", as listras, sempre associadas aos marginalizados da sociedade. Começou com peças apenas listradas preto e branco, passou por retalhos de tecidos coloridos unidos formando listas (simbologia marginal intensa!) numa mistura impressioante de cores. Xadrez, tie-die, ele abusou mesmo da simbologia marginal. Terminou com peças incríveis na cor negra. Inclusive, com corsets, masculinos! Genuíno artista da moda.
Ana Salazar: Estilista portuguesa. Usou muito preto e fez muitas desconstruções nas peças. Tule, renda, zípers (parece que o mainstream só agora descobriu que essas diferentes texturas se dão muito bem juntas. Coisa que o underground sabe faz tempo), falsas tattos, fivelas. Puro Heavy Rock!!
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