Dos
séculos XV ao século XVII, o Chopine era um tipo de calçado com
plataforma que funcionava como um tipo de pedestal ou galocha para
proteger os sapatos e os vestidos das mulheres ricas da lama e da
sujeira da rua. Com o tempo virou também símbolo de status entre as mulheres que os usavam.
No século XX, este tipo de calçado ressurgiu na cena underground fetichista na estética da mulher dominadora e distante e as plataformas sempre retornam sua moda em épocas de economia difícil suprindo a demanda por altura e consequentemente de status da mulher que os calça.
No século XX, este tipo de calçado ressurgiu na cena underground fetichista na estética da mulher dominadora e distante e as plataformas sempre retornam sua moda em épocas de economia difícil suprindo a demanda por altura e consequentemente de status da mulher que os calça.
Um pouco da história dos chopines e dos calçados sem salto na sessão História da Moda deste blog.
A moda sempre se reinventa consciente ou inconscientemente. Dois bons exemplos já postados no blog foi sobre o Peplum e o New Look Dior. Décadas atrás, sapatos sem salto "surgiram" na moda underground fetichista, seja nas criações de Kronier ou de nosso estilista de calçados Fernando Pires. Com a popularização da estética fetichista no mainstream, surgiram calçados sem salto numa versão menos extrema e mais usável.
Mas esse tipo de calçado não é inédito na moda. Dos séculos XV ao XVII, nos mais diversos lugares - da Itália à Turquia e China - foram usados os chopines.
O Chopine era um tipo de calçado com plataforma que inicialmente funcionava como um tipo de pedestal ou galocha para proteger os sapatos e os vestidos das mulheres ricas da lama e da sujeira da rua.
As verdadeiras origens deste calçado são desconhecida, altos tamancos já eram usados por atores de palco grego e por mulheres turcas em balneários; assim como eram uma alternativa menos dolorosa usada pelas mulheres manchús (China) para os efeitos do pé deformado no século X.
chopine em madeira |
A mania de chopines na Itália coincidiu com o auge da atração por trajes extravagantes durante o ano de 1500, quando quase todos os artigos de vestuário eram extremamente exagerados. Os chopines venezianos eram artisticamente esculpidos e os chopines espanhóis eram cônicos e simétricos (mas não menos adornados). Há também peças cobertas com couro, brocados, veludo ou jóias bordadas. Muitas vezes, o tecido do chopine combinava com o vestido ou o sapato, o que anunciava a riqueza da família e a posição social.
Chopines adornados com rendas e jóias:
Chopine em altura extravagante |
Na Itália renascentista, os chopines eram usados também como um meio de alongar a silhueta e permitir mais espaço para a exibição de uma saia com pano suntuoso. Diz-se que as cortesãs venezianas os usavam para se destacar na multidão e atrair mais olhares.
Para alguns estudiosos, o chopine foi uma ferramenta para manter as mulheres em casa, já que o andar exigia tempo e equilíbrio. Na Itália, clérigos adoravam o uso dos chopines, porque segundo eles, impedia as mulheres de se entregar a prazeres moralmente perigosos, como a dança. Mesmo assim, há quem diga que havia mulheres que de tanta prática, conseguiam dançar graciosamente.
Há relativamente poucos chopines que sobreviveram ao tempo e estes estão em coleções de museus. Um dos motivos de eles terem sido salvos, pode ser exatamente devido à sua estética “estranha”.
Mulheres usando chopines:
Uma ilustração mostrando como o chopine era usado como um meio de alongar a silhueta e permitir mais espaço para a exibição de uma saia com pano suntuoso.
Não é de se admirar que os calçados ao estilo chopine tenham ressurgido no século XX na subcultura fetichista, onde temos tanto a figura da mulher doninatrix, alta e superior quanto o fetiche por pés. Outro dado curioso é observar que as plataformas da década de 1940, 1970, do final de 1990 e dos tempos atuais (a partir de 2009) mostrem que a demanda por altura e consequentemente status está presente num momento onde a economia (crise econômica de 2008) não anda tão bem. Alguns destes calçados sem saltos atuais são tão adornados quanto os chopines venezianos.
Subcultura fetichista do século XX: mulher alta, inatingível e dominadora.
Sapatos sem salto atuais: estética amenizada, mesmo assim exige um andar cuidadoso, em lugar plano e liso (calçada esburacada nem pensar!)...
Como esta postagem é comparativa com os atuais sapatos sem salto, selecionei apenas imagens de chopines semelhantes. Há outros modelos de chopines, formados normalmente plataformas inteiriças e altas.
Fontes consultadas:
- http://en.wikipedia.org/wiki/Chopine
- http://www.metmuseum.org/toah/hd/chop/hd_chop.htm
- http://www.allaboutshoes.ca/en/heights_of_fashion/east_meets_west/
- http://www.batashoemuseum.ca/podcasts/200903/index.shtml
- http://www.fashionencyclopedia.com/fashion_costume_culture/European-Culture-16th-Centur/Chopines.html
- http://aands.org/raisedheels/Pictorial/extant.php
- http://aands.org/raisedheels/Pictorial/extant.php
- http://pourlavictoire.blogspot.com.br/2013/05/the-return-of-chopines.html
- http://americanduchess.blogspot.com.br/2013/06/chopines-platforms-of-past.html
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