Estamos trazendo algumas postagens sobre cabelos coloridos porque reflete um comportamento da moda atual. Esse primeiro post, é focado nos cabelos coloridos no mainstream. Ao final sugerimos alguns posts antigos do blog que complementam esse artigo, neste momento, como introdução, o post Em Busca da Diferença mostra bem a atmosfera alguns anos atrás.
Cabelos coloridos
Faz um bom tempo que percebemos como os cabelos coloridos saíram da cena alternativa e invadiram a moda mainstream de jeito. Há mais de cinco temporadas desfilando nas passarelas internacionais, observamos grifes famosas utilizando tinturas fantasias em mechas, perucas ou fios naturais de suas modelos.
Pintar o cabelo é um hábito antigo, os egípcios já usavam henna com tonalidade avermelhada em 1500 a.C., porém, a moda que conhecemos atualmente, surgiu na década de 70, onde os cabelos coloridos vieram como um dos símbolos da pós contracultura do Punk.
A estética, com essência provocante, converteu um simples ato de beleza em rebeldia, transformando o cabelo em cortes e cores dos mais radicais possíveis. Uma personagem que se destacou na subcultura londrina era a modelo Soo Catwoman, que tinha como marca cortar suas madeixas de forma que imitasse orelhas de gato, por isso o codinome.
Na mesma fase, Nina Hagen foi também grande exemplo do estilo. Já nos anos 80, o cenário estendeu ao pop com os cantores Cindy Lauper e Boy George, ex-Culture Club. Na década seguinte, havia uma mistura de ambas as cenas.
No Brasil, temos representantes como a MariMoon. Muito antes dela, a cantora Baby Consuelo
já chamava a atenção por seus fios multicoloridos, ao ponto de ser
barrada na Disneylândia, famosa história que gerou uma canção.
De lá para cá, os cabelos coloridos ganharam muita atenção, acelerando a popularidade devido ao uso de artistas do mainstream.
Em 2007 já encontramos um editorial na Vogue América de março onde as modelos usam rabos de cavalo coloridos com roupas de grife, era mais um dos sinais de que algo estava mudando na moda dominante.
Nos desfiles, foi interessante ver que começaram a ser aceitas modelos de estética mais alternativa, algumas até conseguiram alcance de mídia, é o caso de Chloe Norgaard e Charlotte Free.
Charlotte Free e seu cabelo tingido de rosa em um editorial e modelo de peruca rosa em outro editorial.
Pode soar comum cabelos vermelhos em subculturas, mas eles nunca foram comuns em editoriais de moda e passamos a ver modelos com mechas avermelhadas neles.
Atraindo os olhares da moda, encontramos madeixas pintadas de todas as cores nos principais editorias da área, em todo tipo de publicação e em volta de todo o tipo de temática fotográfica.
Katy Perry foi uma das primeiras cantoras pop a tingir verdadeiramente os cabelos em tons fantasia nesta década. Nos editoriais, mechas temporárias e cores que saem ao lavar os cabelos na W de setembro 2011 e na Vogue Itália de outubro de 2009.
A moderna revista I-D do verão de 2011; uma óbvia peruca roxa (perucas coloridas também viraram tendência) e o cabelo vermelho fogo, antes tão associado à subculturas.
Mas o que carimbou de fato a trend, foi quando a importante edição de setembro (a mais importante do ano e que define tendências) da Vogue América de 2012 trouxe um editorial que sugere que mulheres negócios bem sucedidas tenham cabelos coloridos. As modelos, usam perucas.
Depois disso, passou a ser mais comum ver mulheres/meninas "normais" desfilando cabelos coloridos nas ruas usando roupas mainstream.
Depois disso, passou a ser mais comum ver mulheres/meninas "normais" desfilando cabelos coloridos nas ruas usando roupas mainstream.
Os tons pastel entram em voga logo a seguir. E tiveram seu espaço garantido com looks mais suaves, contrastando com peças brilhosas ou com transparências.
Valeria Efanova e Charlotte Cardin-Goyer na Elle Canadá, dezembro 2012
e Marie Claire chinesa.
W Coréia e Vogue Paris, novembro 2012.
A tendência continua em desfiles internacionais da temporada 2014:
Ashish (spring); Maria Grashvogel; DKNY (fall); Gilles (Fall)...
Ashish (spring); Maria Grashvogel; DKNY (fall); Gilles (Fall)...
...Nicolle Miller; Vera Wang (fall), Meadham Kirchhoff (spring).
Abaixo uma comparação evolutiva entre o desfile de Kansay Yamamoto em 1980 e Schiaparelli Couture 2014.
... aqui no Brasil, a Melissa fez um editorial com a já citada modelo colorida Chloe Norgaard e seu último desfile foi cheio de referências alternativas. Além do látex e das perucas coloridas, teve como stylist Anna Trevelyan, ex-assistente de Nicola Formichetti.
Há vários editoriais de moda mainstream postados aqui no blog na época de suas publicações nas revistas. Abaixo, indicaremos alguns. Para acessá-los, basta clicar nos links:
- Cabelos Coloridos na Plastic Dreams
- Cabelos Coloridos: Pastas Pigmentadoras
- Editorial: Sweet Escape
- Revista Numéro: Tribal
- Editorial: Uptown and downtown
Artigo das autoras do Moda de Subculturas. É permitido usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, para isso precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Compartilhar e linkar é permitido, sendo formas justas de reconhecer nosso trabalho. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É proibido também a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.
- Cabelos Coloridos na Plastic Dreams
- Cabelos Coloridos: Pastas Pigmentadoras
- Editorial: Sweet Escape
- Revista Numéro: Tribal
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Nossa, ótimo post Sana! Passando pelo glam rock, new wave e punk. E muito atual. Eu tenho visto o cabelo colorido sendo meio que banalizado ultimamente. Vejo algumas alunas de 11 anos de idade descolorindo para pintar de azul e verde. Não sei se porque realmente gostam ou porque veem a Demi Lovato pintando. Enfim, eu admiro Nina Hagen e Bowie, porque para eles era algo incorporado no estilo e na música, conceitual de fato. Assim como em algumas pessoas faz muito sentido, como na Mari Moon que é otaku assumida. Eu nunca tingiria de colorido total, talvez algumas mechas como a Avril. Enfim, tem que fazer parte do que a pessoa é, do estilo de vida, para segurar o cabelo colorido.
ResponderExcluirEu pinto o cabelo de colorido ininterruptamente desde meus 16 anos, hoje tenho 23.Comecei como essas meninas que descolorem pra pintar de azul porque adora a cor (talvez por alguma influencia da moda alternativa japonesa também). Hoje parei em cores e misturas que acredito que realmente complementam minha personalidade, o azul, prata e azul acinzentado, e quem me conhece não me imagina com outra cor, mesmo que colorida, como rosa/vermelho/laranja, porque "eu" não sou essas cores, não adianta insistir haha.
ResponderExcluirCabelo colorido pra mim é o mesmo que estilo de roupa, aliás, os dos se juntam pra ser o cartão de visita e amostra grátis da minha personalidade :)
Eu também comecei como essas meninas de 10, 11 anos...porque era encantada por mudar os cabelos. Comecei com papel crepom e com 12 anos pintei a primeira vez. Desde então nunca mais parei. Já tive várias cores e hoje tenho roxo nas pontas. Acho que o cabelo colorido ficou mais popular porque hoje em dia todo mundo tem acesso a informação de uma forma mais fácil e também tem acesso as tintas com uma enorme facilidade. Eu acho isso super bacana. Adorei o post, super completo!!
ResponderExcluirhttp://opcaoc.com
Esse post está incrível! Comecei muito cedo a pintar os fios e já tive todas as cores, mas a receptividade começou há pouco tempo. Já recebi inúmeros olhares de reprovação pela cor dos cabelos, o que felizmente tem mudado muito. Hoje em dia já me param para elogiar ou até perguntar como fiz "porque fulana quer fazer e não sabe" hahaha
ResponderExcluirBeijão!
www.dicasdamag.com.br