Hoje, 10 de Setembro, é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, e o Centro de Valorização a Vida (CVV) está promovendo o projeto Setembro Amarelo com intuito de conscientizar e tentar prevenir casos de suicídios que vem aumentando em níveis alarmantes no Brasil.
Quando você não quer sentir, a morte pode parecer como um sonho. Mas vendo a morte, realmente vendo-a, faz o sonho parecer ridículo. |
Já tocamos no assunto algumas vezes, você pode conferir aqui e aqui. Diante da gravidade e do tema ser permeado de estigmas negativos que o levam a ser deixado de lado pela sociedade, é sempre bom relembrá-lo e também os transtornos que fazem ir em sua direção. Foi assim que veio a memória o filme Garota Interrompida.
Às vezes, o único jeito de se manter sã é sendo um pouco louca. |
O longa é uma história real baseado num livro homônimo. Susanna Kaysen é uma escritora americana que relata um período conturbado em sua vida, por volta dos 17/18 anos, quando se vê internada num hospital psiquiátrico após uma tentativa de suicídio. A fase final da adolescência é supercrítica pois quem possui tendências a transtornos mentais geralmente começa a sentir os primeiros sinais aí.
Talvez eu sempre tenha sido louca? Ou talvez a vida que é.
Todo mundo aqui é louco!
Você precisa ir para casa.
O mesmo problema.
Não vou detalhar pois não sei se todos assistiram - ou leram o livro - o que posso dizer é que o filme me arrebatou logo de cara e continua mexendo mesmo depois de rever algumas vezes. Não sei exatamente qual o motivo, talvez por ser a doença da alma, mas não é todo filme que consegue retratar tão bem esse universo sombrio. Na minha opinião, Garota Interrompida consegue acertar no alvo, a exemplo do título que é perfeito; a doença mental é uma interrupção na vida.
Bem, você me parece normal.
Eu estou triste.
Liderado por talentosas atrizes, Winona Ryder detém o direito da obra adaptando-a para o cinema, sendo ela a protagonista no papel de Susanna Kaysen. Há as participações também de Angelina Jolie (que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante), Whoopi Goldberg e Brittany Murphy.
Apesar de não ser o foco, uma observação sobre a trilha sonora e o figurino que se passa no ano de 1967 para 68: as vestimentas são mais hippies, toca "Roadhouse Blues" do The Doors, mas ainda há resquício do início da década, um lado Petula Clark e Skeeter Davis, principalmente na personagem de Murphy, Daisy Randone.
O contraste físico e emocional de Susanna e Lisa
... e que depois recai sobre Daisy
O contexto principal se passa num hospício só de mulheres. Susanna é internada por depressão e tentativa de suicídio mas durante o tratamento é diagnosticada com transtorno de personalidade Borderline. Medos, angústias, dúvidas, perguntas e questionamentos são confrontados de uma só vez traçando a sua descoberta pela doença, e das outras internas também. A diferença é que Susana utiliza na escrita o modo de escapar e se livrar dela.
A dúvida: "Eu não sei o que sinto."
Os questionamentos: "Eu sou sã ou louca?"
A revelação: "Mas eu sei o que é querer morrer. Como dói sorrir. Como você tenta se encaixar mas não consegue. Como você se machuca por fora para tentar matar a coisa por dentro."
É claro que é normal ter altos e baixos na vida. Às vezes esses baixos são além do suportável e nem sempre há uma explicação. Mas há uma resposta para tratamento! Por mais que pareça infindável uma crise, com seus devidos cuidados ela passa. Garota Interrompida pode ser só uma difícil fase, não precisa ser eterna.
Caso conheça alguém passando por depressão, não julge ou aponte. Caso seja você, procure ajuda. O CVV oferece uma central de apoio, é só ligar 141. ;)
"Suicídio é uma forma de assassinato - um premeditado assassinato. Não é algo que você faz de primeira quando pensa sobre. Leva tempo para se acostumar. E você precisa dos meios, da oportunidade, do motivo. Um bem sucedido suicídio demanda boa organização e uma boa cabeça, sendo que os dois são incompatíveis com o estado de espírito do suicida." Trecho do livro Garota Interrompida
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Achei tão linda a ideia da campanha do Setembro Amarelo. Falamos tanto em AIDS, câncer de mama, dengue... mas esquecemos das doenças psicológicas, que estão presentes em grande parte da população, ainda mais sobre as pessoas que vivem em grandes cidades.
ResponderExcluirNunca vi esse filme, está na minha lista há tempos! Obrigada por me fazer lembrar <3
Beijos!
Tribo Alternativa
Eu recomendo a leitura de um pequeno livro , cabe no bolso , uma parte escrita por João , outra parte escrita por Marcos , outra parte escrita por Mateus e outra parte escrita por Lucas .
ExcluirSão esquecidas por causa do estigma que elas têm, são doenças vistas como frescura pela sociedade. Por isso é necessário campanhas que conscientizem, como o Setembro Amarelo.
ExcluirE super indico o filme, vale muito a pena a ver Carolina! Bjs
Depressão é mesmo muito sério. As pessoas precisam parar de querer diminuir a dor do outro como se soubessem o quê realmente a pessoa ta sentindo. É ser muito arrogante mesmo pra pensar que a dor do outro não vale nada ou que a sua é muito maior. Só cada pessoa sabe o peso que carrega. Precisamos de mais pessoas compreensivas no mundo...
ResponderExcluirSobre o filme, ainda não vi, mas vou deixar na minha listinha pra ver em breve. ^^
Ótimo post!
bjin
http://monevenzel.blogspot.com.br/
"Mas nós nunca vamos sobreviver, a menos que
ResponderExcluirNós fiquemos um pouco loucos
Não, nós nunca vamos sobreviver, a menos que
Nós sejamos um pouco loucos!" (Crazy - Seal)
Só quem já questionou sua própria sanidade sabe o quanto é difícil olhar-se no espelho e pensar "preciso reagir", sem conseguir.
Toda depressão pede e merece apoio sincero!