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27 de outubro de 2015

Desfiles SS/2016 e as referências alternativas/subculturais

Recentemente rolaram as semanas de moda internacionais e por causa do que vi por lá, decidi mostrar aqui algumas fotos dos desfiles. Que as subculturas são cooptadas pela moda mainstream a gente já tá cansada de saber, parece que nesta temporada essa relação ganhou novo fôlego, com um ponto muito importante a ser observado: menos obviedade. A moda vive do novo e esse novo muitas vezes é encontrado na cena alternativa. A fonte estética das subculturas é riquíssima, então sempre há algo a ser adaptado e amenizado ao gosto da massa.

Vejam que interessante essa frase de Alexander Wang:

"Nesta estação, estávamos pensando conosco, "o que é inovador"? "O que parece moderno?". Então isto (a coleção) é a rejeição da inovação. O todo dia e o mundano são mais inspiradores. Decidimos olhar pra trás. É sobre ser individual mas também ser parte de uma tribo. Encontrando colegas que entendem as similaridades. "

O que me chamou a atenção na frase acima é quando ele praticamente define as subculturas: "ser individual mas parte de uma tribo, encontrando colegas com similaridades".

Couro negro em corte ao estilo streetwear e brincos de corrente

Essa busca por algo do passado também se viu na Rodarte: "Algumas vezes sinto que é futurista voltar ao passado", disse a estilista da marca que trouxe renda negra e glamour gótico às passarelas.


Já Nicolas Ghesquière à frente da Louis Vuitton se inspirou em anime (algumas modelos usam uma tiara ao estilo Sailor Moon) e mangás, "em um mundo digital influenciado pelo cyber e a vida real influenciada pelo mundo virtual."

"Vamos ir aonde você quer ir... construir o que quiser. Construa a sua própria pequena comunidade. Proteja-se com a armadura mais forte. Ninguém pode dizer o que você pode ou não pode fazer. Com não há regras a seguir, esta aventura começa agora." De novo um estilista falando sobre falta de regras e fazer parte de uma comunidade... será que nesta sociedade tão individualista que vivemos,
está renascendo um desejo de união, de "grupo"?

Tecido holográfico (já vi por aí em marcas alternativas como a Lip Service), futurismo cyber em tecidos brilhantes, tela e rasgos ao estilo punk. Algumas análises linkaram o desfile com Blade Runner, filme distópico que ganhará remake. Aliás, esse filme tem uma profusão de pessoas e culturas diferentes convivendo juntas. 


Saint Laurent tem
Hedi Slimane como diretor criativo da marca; ele tem como assinatura estética a influencia de subculturas musicais e da juventude. Impossível não reparar no toque kinderwhore em looks com vestido camisola, casaco pesado e coroinha na cabeça... 


...Comme des Garçons trouxe um coven de bruxas. Isso mesmo. A moda witchy agora está relida no mainstream, segundo a grife, foi um tributo à estas mulheres incompreendidas.
 

"Estava pensando sobre bruxas. Bruxas no sentido original da palavra, no sentido de uma mulher que tem o poder. As bruxas originais eram benevolentes, mas as pessoas não as compreendiam e as intimidavam. Ficamos com uma imagem ruim delas ".


Impossível não reparar nos batons pretos/escuros nas modelos. A estilista Rei Kawakubo, que só usa preto, foi uma das responsáveis, no passado pela popularização dessa cor na moda.



Margiela veio com algo que está sendo muito comentado na sociedade esse ano, as questões de gênero e a trend da roupa unissex. John Galliano levou modelos andróginos às passarelas. 



Nunca se debateu tanto sobre feminismo na mídia e Rick Owens parece ter feito uma homenagem à força (em todos os sentidos) feminina: "Todas as mulheres da minha vida são formidáveis. Eu vi todas elas lidarem com adversidades com graça", disse ele. O site moda ética fez uma análise interessante do desfile.


O desfile de Ashley Williams me chamou a atenção. As peças abaixo poderiam ter saído de alguma loja alternativa. Ashley é considerada uma estilista emergente no cenário da Moda.
 

E teve beeem mais coisas nos desfiles, essa foi só uma pincelada. Pra não sobrecarregar aqui, postei alguns desfiles no Tumblr do blog, como vocês podem conferir clicando em: Alexander McQueen, Ashish, Libertine - Red Valentino - Marc Jacobs - Philipp Plein e Moschino.


Pesquisa e Fotos: Dazed e Vogue.

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Comentários via Facebook

3 comentários:

  1. É.. a moda alternativa tá aparecendo cada vez mais na moda mainstream...
    Os desfiles parecem ter sido lindos. Muitas dessas peças das fotos aí em cima eu usaria fácil, fácil... rs
    Agora ta faltando eles investirem também em modelos mais alternativos, né!? Aposto que o desfile ficaria ainda mais interessante... ^^
    bjin

    http://monevenzel.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Acho que nos últimos anos a moda alt não saiu do mainstream, a diferença é que nestes desfiles recentes, achei as referências menos óbvias, e isso é interessante, porque os estilistas mainstream desconstruíram a moda alt de uma forma que a moda alt não está se desconstruindo.
      Quanto aos desfiles investirem em modelos alternativas, tenho minhas ressalvas, não acho tão bom assim por "n" motivos, embora alguns desfiles/estilistas façam uso esporádico delas quando a ideia da campanha se adequa. :)

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  2. Curto demais ver roupas unissex e discussão de gênero neste meio. As mulheres ganham muito mais que os homens ao modelar e em filmes pornô, e discutir isso é tabu. Queria ver discutir mais isso tb, que levantassem mais estas questões em outros desfiles tb.

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