Quando a Stooge lançou em seu Facebook um mini vídeo preview da nova coleção, algo me chamou a atenção naqueles segundos: havia uma mulher negra plus size! Logo me pus a pensar no que estava vindo por aí: peças em tamanhos maiores e uma modelo negra estampando o catálogo? Sim! Dias depois são liberadas as fotos do editorial e a surpresa foi não apenas o investimento no plus size, mas em dois modelos fora do padrão: La Roberta e Nahem Romano.
Considerando que nosso mercado alternativo ainda é pequeno (embora cresça a cada dia, peca por várias lojas apresentarem produtos iguais ou muito similares) dá aquele ânimo ao ver que uma pequena empresa está dando um passo além e saindo do lugar comum. É um risco, claro. Mas se não arriscar, como saber se há receptividade do público?
Nessa nova empreitada da marca vemos em torno de 40 peças em modelagens que vão do P ao EG. A Black Collection investe na base: as peças são todas pretas e lisas podendo ser usadas sozinhas ou acompanhadas de outras peças de coleções antigas da marca. Um destaque é a underwear, tops, short e anágua para serem usadas por baixo das blusas, saias e vestidos.
Tops, short e anágua de renda: underwear!
Nesta foto vemos a anágua embaixo do vestido.
Na pesquisa de público que estamos fazendo no blog, uma das minhas surpresas foi a alta quantidade de leitores que diz se importar mais com a origem ética do que com o preço das roupas. E agora a Stooge está trabalhando com consciência ambiental, usando matérias primas certificadas de acordo com as normas ambientais vigentes no país e disponibilizando retalhos e sobras de tecidos para pessoas e instituições que os reaproveitam. A marca produz peças na cidade sede da marca no Paraná, preferindo fornecedores e artistas parceiros que residem no Brasil.
Seguindo a cartilha das coleções anteriores, as peças unissex estão presentes, desta vez em maior quantidade. Ao contrário de empresas mainstream que têm dado vexame ao não saberem o que é moda unissex, apresentando publicidade com modelos andróginos ou peças floridas, a Stooge mostra que não precisa ser andrógino e não precisa remeter aos anos 1970 pra uma peça ser usada pelos dois sexos, é muito mais uma questão de modelagem do que de estampa ou formato de corpo. Três belos exemplos são o macacão, o vestido longo assimétrico e a regata de renda usada pelo boy (nas fotos no site podem ser vistos usados por ambos).
Como comentado no post do desfile do Nicopanda, transgressão hoje é a abolição dos estereótipos de gênero; transgressão também é, num mercado que idolatra mulheres brancas, magérrimas e altíssimas, investir em associar sua imagem com os excluídos, com os que não tem representatividade midiática, apostando na inclusão. A marca também embarcou no empoderamento feminino, super justo! Afinal, as mulheres são uma grande parcela dos consumidores de moda alternativa.
A loja tá com frete grátis em todas as compras, você pode ver aqui se tem alguma revenda perto de você e não esqueça que também tem vários produtos das coleções antigas com desconto.
Estão convidados a nos contar o que vocês acharam dessa nova visão da marca! :D
Gente, que editorial lindo <3
ResponderExcluirMesmo que eu não seja fã de nenhuma subcultura mais dark assim, o fluxo contra os preconceitos mainstream das fotos deles são maravilhosos! Já até entrei no site para dar uma olhada. Melhor coisa essa história de roupas unissex (amei o vestido longo nele) <3
Quando eu vi essa novidade deles eu também achei muito bacana!
ResponderExcluirColocar uma modelo negra e plus-size é quebrar totalmente os padrões, já que mesmo estando numa cena alternativa, o que a gente tem visto ultimamente é só mais do mesmo.
Achei uma iniciativa e tanto.
Sobre a coleção não tem nem o que falar. Perfeita, como sempre!
bjin
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