Há uma forma de comunicação que tornou-se popular dentro dos movimentos punk e riot grrrl, permitindo a liberdade de expressão de seus adeptos: os fanzines. São revistas independentes que surgiram no início do século XX, sem restrições de conteúdo ou convenções de concepção, que mostraram-se ser uma válvula de escape à grande mídia. Do mesmo modo que hoje podemos criar um grupo no Facebook para reunir pessoas com interesses em comum e falar sobre certas coisas, os fanzines eram a “rede social” analógica para pessoas da cena underground – era o modo como “postavam” e “compartilhavam” sobre feminismo, bandas independentes, quadrinhos e outros artistas e ideologias –, contribuindo para fortalecê-la.
Norteado pelo mantra do DIY ("do it yourself", faça você mesmo), típico do underground, Márcio Sno resolveu contribuir para a falta de conteúdo nacional sobre o assunto escrevendo ele mesmo este livro.
O livro usa linguagem simples
e fácil de entender e conta com o resultado das pesquisas feitas por
Sno, sua própria vivência no meio underground de São Paulo e experiência
como zineiro (editor de zines). Se você é um completo leigo no assunto,
pode ser introduzido à definição, características e história dos
fanzines, assim como ao vocabulário usado pelas pessoas da cena. Sno
conta como era o esquema de produção e distribuição de seus tempos de
juventude e o impacto que tudo isso sofreu com a chegada da internet e
suas redes sociais, além de mencionar zines importantes como Ficção
(primeiro zine brasileiro de quadrinhos, lançado em 1965) e Manifesto
Punk (primeiro zine punk nacional, dos anos 1970).
Nos EUA da década de 1990, foi através de zines que garotas punks
informavam sobre feminismo. Era o chamado Movimento Riot Grrrl
É
interessante também a menção de projetos pedagógicos que incentivam os
alunos a produzirem zines em sala de aula, dando voz aos jovens e
fazendo com que sejam ouvidos – o autor também promove oficinas de zines
e afirma que há a ampliação de horizontes por parte de quem entra em
contato com a prática.
A melhor parte são as dez páginas com todas as referências de pesquisa para o livro! Como já dito, o livro foi escrito em resposta à carência de conteúdo nacional sobre o assunto – os poucos livros brasileiros sobre zines estão listados – , o que o fez procurar por fontes em inglês e espanhol para tanto, desde livros e artigos até documentários e sites.
A melhor parte são as dez páginas com todas as referências de pesquisa para o livro! Como já dito, o livro foi escrito em resposta à carência de conteúdo nacional sobre o assunto – os poucos livros brasileiros sobre zines estão listados – , o que o fez procurar por fontes em inglês e espanhol para tanto, desde livros e artigos até documentários e sites.
Recomendo para quem for curioso um desses documentários, de autoria do próprio Sno:
Capítulo I:
Capítulo II:
Capítulo III:
O Universo Paralelo dos Zines é uma publicação da editora independente TimoZine, dá para adquiri-lo através do site deles, pra quem mora em São Paulo, ele também é vendido na Banca Tatuí e na Ugra Press.
Imagem do instagram de Sno @marciosno
“Enquanto a grande mídia estimula as pessoas a consumirem, os zines encorajam as pessoas a fazerem parte e produzirem algo por eles mesmos.” – Márcio Sno
Estudante
de Design e técnica em Multimídia aspirante à ilustradora. Uma colcha
de retalhos ambulante: gosta desde rock e cultura alternativa até coisas
de época e animes. Usa sua introversão e sentimento de (des)encaixe
para refletir sobre coisas aleatórias nas horas vagas e desbrava aos
pouquinhos a cena independente de São Paulo. Instagram - Deviantart - Art Blog - Tumblr pessoal - Facebook
Acompanhe nossas mídias sociais:
Instagram ☠ Facebook ☠ Twitter ☠ Tumblr ☠ Pinterest ☠ Google + ☠ Bloglovin´
Instagram ☠ Facebook ☠ Twitter ☠ Tumblr ☠ Pinterest ☠ Google + ☠ Bloglovin´
Já tinha ouvido falar dos Zines, mas não sabia bem do que se tratava. Agora posso (mais ou menos) entender como uma revista independente, voltado para diversos temas. Eu própria já tive vontade de produzir uma revista assim, não foi à toa que escolhi seguir carreira na área de jornalismo.
ResponderExcluirAté mais!
Karolini Barbara
O Sno foi pra área do jornalismo também! O contato com os zines o ajudou muito justamente por causa do exercício da expressividade através deles ;)
Excluir