Com trajes diferentes dos estilos tradicionais folclóricos ou orientais da dança do ventre, além de cabelos coloridos, tatuagens ao longo dos braços, costas e barriga, piercings e todo tipo de joias e adornos, pode-se dizer que as dançarinas de tribal criaram uma porta de entrada para que se desenvolvessem fusões com os mais variados estilos musicais que não são necessariamente compostos por ritmos orientais, bem como estilizaram a dança do ventre de maneira exclusiva, trazendo novos elementos criativos para uma dança antiga. Aqui você pode saber mais sobre o estilo tribal de dança do ventre.
Das subvertentes que se formaram, as fusões underground e obscuras ganharam espaço e se consolidaram, tendo como ícone a bailaria Ariellah Aflalo, da Califórnia-USA, responsável por disseminar a estética dark e gótica na dança do ventre e tribal.
Ariellah Aflalo com Anthony Jones
Subvertentes
Elizabeth Zohar & Cia
No exterior, Mahafsoun (Canadá), a do meio, se tornou a dançarina de fusão rock e metal mais famosa da cena europeia, conhecida principalmente por seu trabalho com a banda portuguesa de música gótica "Moonspell". Além dela, também temos a Diana Bastet (Ucrânia), à direita, como uma forte referência em metal bellydance. Na cena tribal, Akzara Martini (Venezuela), à esquerda, é expoente de dark fusion e adepta de fusões com rock e metal.
Moonspell com Mahafsoun
Mahafsoun, dançarina de Tribal na fusão de Rock e Metal |
Das subvertentes que se formaram, as fusões underground e obscuras ganharam espaço e se consolidaram, tendo como ícone a bailaria Ariellah Aflalo, da Califórnia-USA, responsável por disseminar a estética dark e gótica na dança do ventre e tribal.
Ariellah Aflalo (USA) | Tempest (USA) | Sashi (USA) |
Ariellah Aflalo com Anthony Jones
O movimento teve início na década de 1990, nascido do descontentamento das dançarinas com o estilo tradicional da dança do ventre. Em 2003, a dançarina Tempest, de Seatle-USA, fundou o site Gothic Belly Dance a fim de documentar o estilo que ganhava forma. A princípio, as fusões obscuras não se enquadravam numa categoria/terminologia próprias, as dançarinas se entregavam a experimentações contemporâneas da arte sem se ater a um padrão. Apesar de suas diferenças, muitos dos nomes notáveis da cena underground da dança do ventre e tribal se uniram em 2006 para dar à luz o DVD Gothic Bellydance, produzido pela World Dance New York, com sua sequência, Revelations, sendo lançada em 2007.
Teaser do DVD "Gothic Bellydance"
O período foi marcado também pelo surgimento de eventos dedicados exclusivamente às fusões dark e teatrais na dança do ventre e tribal, tais como o Gothla, criado por Tempest e Sashi na Califórnia-USA, considerado rapidamente como o maior festival para celebrar a cena underground da dança, com edições na Inglaterra, EUA, Espanha, Itália e Argentina, trazido para o Brasil em 2012 por Rhada Naschpitz da escola Esmahan, localizada no Rio de Janeiro. Além deste, outros eventos notáveis da cena underground incluem o Lumen Obscura (USA), ShadowDance (USA) e, no Brasil, o Underworld Fusion Fest, em Curitiba.
Teaser do III Underworld Fusion Fest
Subvertentes
A cena underground da dança do ventre e tribal se divide em fusões dark, góticas e teatrais, onde o dançarino tem a liberdade de criar histórias, invocar mitos, trazer um caráter ritualístico para sua dança ou simplesmente dançar a própria história, despertando toda sorte de emoções e sentimentos através da dança. Nas palavras de Tempest, a dançarina de fusões obscuras e underground é parte atriz, parte vampira, parte cigana, parte rebelde, parte feiticeira e parte sacerdotisa.
"Considero-me uma artista esquisita. O 'esquisito' me seduz. Meus movimentos estão impregnados de ideologias, de crenças. Meus compassos são pouco convencionais e cheios de misticismo, de oposição, de agressividade. Ocultismo, caos e luxúria são mesclados às minhas criações e retratados de forma crua, orgânica, uterina. Ao dançar eu tenho a chance de reviver certas experiências e traumas, trabalhando, aceitando e digerindo esses sentimentos. Eu gosto de olhar para o público e contar a minha história, compartilhar as minhas vivências." Holle Carogne em entrevista ao blog Aerith Tribal Fusion
Hölle Carogne (BRA) |
Elizabeth Zohar & Cia
Dragonfly Tribe
Em meio a este cenário, temos as adeptas de fusões com rock e metal, estilos musicais que acabaram se destacando entre as dançarinas de fusões principalmente por serem convidadas a participarem de shows e festivais de músicas do gênero. O Rock Fusion enfatiza uma certa carga dramática inspirada no cenário da subcultura dark/gótica - tais como noir, industrial, burlesco, medieval e vitoriana - e urbana.
"Musicalmente, o Metal é um pouco complexo, por isso pode ser muito desafiador transmitir com o corpo todo o som, bateria e guitarra, sendo necessário por vezes quebrar o ritmo, pulando algumas batidas para seguir a letra e, de repente, seguir um solo de guitarra. No geral, dançar uma música que não possui uma dança específica requer muito treinamento e habilidade para transmitir a energia de acordo com o que estamos ouvindo. [...] Ousar dançar rock em uma sociedade que não está acostumada a ver isso tem seus prós e contras. Primeiro, como dançarinos, devemos entender que nem todo rock é 'dançável' e por este motivo devemos ter cuidado com as músicas que escolhemos, estudar o público a quem nos apresentaremos e compreender que esse público provavelmente não vai digerir sua proposta tão rapidamente. É preciso ser muito delicado ao subir em um palco de rock, com uma audiência rocker, é necessário oferecer um show de máxima qualidade para que vejam a arte que está além da dança de garotas com o corpo à mostra. É um verdadeiro desafio, mas cuidar da nossa imagem como dançarino é a coisa mais importante se o nosso objetivo é apresentar nosso trabalho de maneira digna como qualquer outro." Akzara Martini em entrevista ao site Metal & Rock Dance
Fusão Metal: Akzara Martini, Mahafsoun e Diana Bastet |
No exterior, Mahafsoun (Canadá), a do meio, se tornou a dançarina de fusão rock e metal mais famosa da cena europeia, conhecida principalmente por seu trabalho com a banda portuguesa de música gótica "Moonspell". Além dela, também temos a Diana Bastet (Ucrânia), à direita, como uma forte referência em metal bellydance. Na cena tribal, Akzara Martini (Venezuela), à esquerda, é expoente de dark fusion e adepta de fusões com rock e metal.
Moonspell com Mahafsoun
Diana Bastet
Akzara Martini
Luiza Marcon (BR) - Projeto Napalm |
No Brasil, temos importantes representantes do cenário underground, gótico e dark de dança do ventre e tribal. Além da já citada Rhada Naschpitz, do Rio de Janeiro, conhecida por incorporar movimentos de corvos em sua dança, dançarinas como Mariana Maia, Dayeah Khalil e Irene Patelli de São Paulo, Sabbanna Dark de Brasília, Holle Carogne, Bruna Gomes e Gabriela Miranda do Rio Grande do Sul e Gilmara Cruz de Curitiba, dentre outras, desenvolvem pesquisas e performances solo e em grupos, em parcerias com bandas e eventos.
Desrroche com Priscila Sobré
Patrula do Espaço com Sabbanna Dark
Dayeah Khalil e Samaa - Projeto Dark INfusion
Para visitar:
Madame Club - Projeto Sarasvati
O tradicional clube underground Madame, de São Paulo, recebe performances através do Projeto Sarasvati onde dançarinas de tribal da cena underground de São Paulo se apresentam regularmente.
Ana Dinardi
Dayeah Khalil
III Underworld Fusion Fest - Espetáculo "Death" em 21 de outubro
Como encarar a Morte? Como lidar com a perda de alguém importante? Como mirar suas fases? A humanidade, com diferentes crenças e ideologias, tenta dar sentido para essa fase do ciclo da vida. A "Morte" é o tema central do espetáculo "Death", com suas crenças, culturas, medos e mistérios interpretadas sob a óptica de cada bailarino. O espetáculo contará com a participação de convidados profissionais nacionais do Rio Grande do Sul, São Paulo e da cidade de Curitiba e convidados internacionais da Argentina e Espanha.
Como encarar a Morte? Como lidar com a perda de alguém importante? Como mirar suas fases? A humanidade, com diferentes crenças e ideologias, tenta dar sentido para essa fase do ciclo da vida. A "Morte" é o tema central do espetáculo "Death", com suas crenças, culturas, medos e mistérios interpretadas sob a óptica de cada bailarino. O espetáculo contará com a participação de convidados profissionais nacionais do Rio Grande do Sul, São Paulo e da cidade de Curitiba e convidados internacionais da Argentina e Espanha.
Espetáculo Death: dia 21 de Outubro, sábado.
Teatro Zé Maria da cidade de Curitiba-PR, Brasil.
Realização: Aerith Asgard.
Mais informações: http://underworldfusionfest.blogspot.com.br/
Contato: underworld.fusionfest@gmail.com
Contato: underworld.fusionfest@gmail.com
A Autora
Melissa Souza (Várzea Paulista/SP) é bailarina, professora, coreógrafa e produtora na área de Dança Tribal, blogueira-criadora do Tribal Archive e integrante do Movimento TranscenDance. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, atua também com assessoria de comunicação e mídias digitais para empreendedores e artistas. Dentre seus trabalhos recentes está a produção independente do Projeto Vídeo & Dança.
Blog: http://tribalarchive.com
Artigo de Melissa Souza em colaboração com o blog Moda de Subculturas.
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Maravilhoso! Eu ja havia ouvido falar, mas o texto me esclareceu muito, além também de saber que existem bastante dançarinas no Brasil... Encantada.. com vontade de aprender também.
ResponderExcluirwww.arianaduarte.tk
Comecei na dança so ventre há algum tempo paea seguir wara vertente,tenho alguns vídeos...faço algumas apresentações...as chegou lá. Sou do MT
ResponderExcluirEstava procurando aulas sobre o estilo e parei aqui...encantada!
ResponderExcluirQue legal! :)
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