Uma das coisas que nos deixa muito felizes é ver projetos independentes dando certo no Brasil. A Hi-Hat Girls Magazine é uma revista online dedicada em informar sobre mulheres bateristas da América Latina. A publicação nasceu em 2012, e quatro anos depois foi criada a oficina com intuito de incentivar garotas a tocar bateria, um instrumento que ainda apresenta um grande déficit de musicistas no comando em todo mundo.
Imagens: Bre Helvetia |
Nós fizemos a divulgação do projeto assim que se iniciou em 2016. Agora chegou minha vez de participar e dividir essa experiência com vocês. A primeira coisa a fazer é entrar nas mídias da Hi-Hat Girls e preencher o formulário de inscrição da oficina quando estiver em aberto. Após concluída, é torcer e esperar que seu nome seja sorteado para a data anunciada - sim, a procura é grande pois a aula é totalmente gratuita. Tendo o seu nome sorteado é só esperar pelo o dia!
Imagens: Bre Helvetia |
Quando cheguei no local achei que não ia ter muita gente, mas para minha surpresa lotou. Deviam ter quase quinze participantes, eram meninas e mulheres de faixa etária que variavam entre 9 a 40 anos. Fiquei pensando como iria funcionar aquela diferença toda, mas funciona. Funciona demais! Cada uma possuía bagagens diferentes. Algumas com familiares músicos, outras já tinham até feito aula de música, mas a maioria nunca tinha pego em instrumento, muito menos a bateria.
Imagens: Bre Helvetia |
A oficina dura por volta de três horas, a gente recebe informações básicas sobre o instrumento, exercício de aquecimento e por fim, a prática. No começo é normal dar um pouco de vergonha, mas é nessa hora que entra a grande habilidade das instrutoras - que no meu dia eram a Julie Sousa, Cris Ribeiro e Camila Viana - em acolher as participantes quebrando o gelo, incentivando com muita atenção e dedicação perante as facilidades e dificuldades de cada aluna. Só sei que quando fui ver, já estávamos vibrando e torcendo para todas as apresentações.
Imagens: Bre Helvetia |
Não, não é um instrumento fácil. A bateria desafia sua coordenação motora que precisa ser aliada a memória da teoria e ao nervosismo que surge no primeiro encontro. E é aí que vem o mais incrível: quando perguntadas se gostaríamos de dar continuidade no aprendizado todas disseram que sim! A vontade de seguir em frente no estudo do instrumento permanece. Ficou claro que a dificuldade só fez florescer a persistência e não a desistência.
Imagens: Bre Helvetia |
Portanto, se tiver oportunidade de participar da oficina da Hi-Hat não perca! O projeto é independente, está aos poucos saindo do eixo Rio-São Paulo e chegando em outras cidades, como ocorreu em Belém e agora em Salvador. Foi uma das melhores experiências que tive, valeu demais a pena! Vi o quanto é importante incentivar mulheres na música pois ainda somos minoria, como bem lembrou a musicista Cris Ribeiro. Mas há como transformar esse cenário. Tanto que a iniciativa acabou de ser contemplada pelo programa Active Citizens, do Conselho Britânico. Que máximo! Isso mostra que diante das adversidades, há aqueles que acreditam em mudanças reais.
Como dizia Kathleen Hanna:
'Girls to the front!'
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Obrigada pelo texto lindo, meninas! Seguimos! Beijo!
ResponderExcluirFoi um prazer ter participado! Muito obrigada pelo o acolhimento. :D
ExcluirQue demais!!! Acho que não levo jeito pra ser baterista, mas se eu tivesse a oportunidade, com certeza adoraria fazer a oficina. Vou ficar de olho, quem sabem não vem aqui pra minas?! <3
ResponderExcluirElas estão percorrendo o país, acredito que a qqr momento haja uma oficina em Minas. Mas vale muito a pena participar, só a prática mesmo para saber se leva jeito pois você pode se surpreender!
ExcluirFizemos em Belo Horizonte e Juiz de Fora em 2017. Este ano a volta será em julho, novamente em BH! Se inscreve quando abrirem as inscrições! Beijos!
ResponderExcluirOlha aí, Nayara! ;)
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