Hoje completam-se 15 anos do Moda de Subculturas e eu posso dizer com toda certeza que esse é o post final.
Esse é o final de uma era, de uma época.
Não saiam daqui, não deixe de ler e reler.
Há um novo caminho a percorrer.
Imagem feita por IA para o Moda de Subculturas |
Uma breve mensagem dos 15 anos de blog:
Nos últimos anos pensei muito no que subculturas, tribos urbanas e moda alternativa significavam e percebi como a geração atual, criada em telas, soa tão distante dos tempos em que andar em grupo ou conviver fisicamente com pessoas era o espaço de identificação, de criação estética e também de acolhimento.
Hoje, as estéticas das subculturas tradicionais permanecem firmes, um ou outro estilo de tribo urbana mais duradouro dá as caras, mas a maioria dos estilos que surgem na internet já não provocam o impacto social de subculturas e tribos anteriores. Na verdade, vários deles não promovem impacto algum.
Peguemos como exemplo o Scene, que foi pioneira subcultura surgida na internet mas que existia também fora dela. Os estilos atuais, por muitas vezes, existem apenas na internet. Várias pessoas o adotam, mas essas pessoas não tem contato entre si na vida real, cada uma está em seu espaço, cidade, país. Isoladas uma das outras em boa parte das vezes.
Há mais de uma década fui pioneira ao abordar no Brasil a cooptação da moda alternativa pelo mainstream e a relação entre estes dois mercados, já suspeitava que um dos resultados seria a amenização extrema dos estilos alternativos e da rebeldia e ousadia dos jovens. Foi isso mesmo que aconteceu: massificação e identidades alinhadas ao capitalismo com zero questionamento de opressões históricas.
Uma outra coisa que me chama a atenção na nova geração de meninas/jovens alternativas é o desinteresse em questionar a feminilidade. Tão presente em algumas subculturas/tribos anteriores. Qualquer tipo de questionamento gera incômodos no nível pessoal. Não compreendem que a crítica a feminilidade não é pessoal, e sim uma crítica à estrutura.
Imagem feita por IA para o Moda de Subculturas |
Para além disso, tivemos nos stories do Instagram aquela conversa sobre moda alternativa em que usei um ótimo post da loja Reversa como referência. Não descarto escrever sobre os comentários interessantíssimo daquela postagem da Reversa como postagem final desta era.
Outra coisa: vocês devem ter notado que algumas páginas do blog estão quebradas. Caso isso aconteça usem a lupa aqui do blog ou escrevam no google: "moda de subculturas + o assunto que você procura", certeza que encontrará o post que busca.
E por fim, gostaria de lembrar que temos dois zines à venda no site Hotmart. Eles são zines impressos vem com dois marcadores de páginas como brinde e serão entregues na sua casa. Se você gosta do conteúdo produzido aqui considere adquirir - já conversamos sobre isso nos stories do Instagram, lembram?
Me despeço por aqui. Ainda tenho muito a dizer mas me questiono quem ainda está disposto a ler nesta era de poucos caracteres e informações mastigadas.
Assinado: Sana
Links no Hotmart:
Acompanhe nossas mídias sociais:
Artigo original do blog Moda de Subculturas. A imagem de aniversário foi feita por IA. A curadoria e as montagens de imagens são feitas pelas autoras baseadas no contexto dos textos. Clique aqui e leia o tópico "Sobre o Conteúdo" nos Termos de Uso do blog para ficar ciente do uso correto deste site.
O blog vai sair do ar???? eu acompanho desde o comecinho :(
ResponderExcluirOi Renata, vai ficar no ar! Mas não sei o quanto ainda posso manter atualizado. É o fim de uma Era para mim que bate com o fim de uma Era na Moda Alternativa (identifiquei, em pesquisa, que algumas coisas mudaram nesse segmento).
Excluir
ExcluirNão tenho mais apoio financeiro para financiar minha pesquisa aqui. Antes nós fazíamos publipost de lojas alternativas que pagavam nossos posts e os gastos com o site, mas por ética, decidimos parar de fazer publiposts pois não queremos ser "vendedoras" de produtos em excesso que nossas leitoras não precisam, não queremos estar inseridas numa lógica do capital que empobrece mulheres em nome do consumo descartável de moda e manutenção de estereótipos que são nocivos às mulheres. Tentamos algumas vezes patrocínio dos leitores (como o Apoia-se) mas não houve interesse suficiente dos leitores, então entendo que os leitores não se importam e se não se importam não há porque continuar a postar no blog.
No entanto, não descarto migrar para outra plataforma e produzir conteúdo somente aos interessados. É uma opção que ainda estou estudando se há interesse das leitoras.
ExcluirMuito obrigada por nos acompanhar desde o comecinho! Isso é muito valioso para mim! Você é tão histórica quanto nós. Um abraço! <3
Excluir