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2 de fevereiro de 2016

Documentário: "Hit So Hard" - Patty Schemel (Hole) e as mulheres bateristas

Lançado em 2012, Hit So Hard é uma compilação de arquivos guardados por Patty Schemel. Aos 29 anos, em pleno retorno de Saturno, a americana vê sua vida mudar completamente ao se tornar a baterista oficial do Hole, bem no auge da era grunge. Suas histórias percorrem os bastidores mais internos, incluindo de dentro da casa dos próprios Cobains. É um documentário sincero, mostrando suas vitórias e fraquezas, igual a qualquer ser humano. 


Patty vai além, sendo o exemplo de tabus que não ficam parados nos anos 90, são assuntos que afetam o Rock até na atualidade. Ela descreve como foi se revelar lésbica nesse meio, inclusive há uma fala da cantora Susan Gottlieb (Phranc) onde joga a observação da sociedade achar que não há mais o que se lutar pelos direitos homoafetivos, que a liberdade sexual já foi conquistada e no entanto ela conhece no mínimo uns dez jovens LG's que não se sentem encaixados e sim, isolados do mundo.



O grande fio condutor desse documentário é a sua carreira como baterista. Ela conta que foi atraída pelo instrumento porque não havia mulheres tocando e achava aquilo super masculino, o que a levou a querer fazer também. Meninas são ensinadas a se sentar de pernas fechadas e a terem movimentos suaves, a bateria destrói esse conceito, pois as pernas ficam abertas e os braços fazendo movimentos enérgicos. 

"Eu escolhi a bateria porque não via mulheres tocando..." Patty Schemel 


Hoje, Schemel é considerada umas das melhores bateristas, só que essa trajetória não foi nada fácil. Passou por um grave assédio moral do produtor Michael Beinhorn durante as gravações de Celebrity Skin da qual a levou a uma séria recaída de drogas, tudo detalhado nas filmagens.


Em meio a todo o caos vivido, a lembrança em destacar que quase não há mulheres bateristas rende uma bela homenagem a diversos nomes pioneiros da cena, como Alice de Buhr (Fanny), Gina Shock (The Go-Go's), Karen Carpenter (The Carpenters), Debbi Peterson (The Bangles) e Kate Schellenbach (Lunachicks). Algumas aparecem dando depoimentos e afirmando essa falha na indústria que não é preenchida. A vida de Schemel representa não só a ela mas também toda uma geração de meninas que vem literalmente ajudando a construir para o futuro da música. Sua atitude não poderia ser mais punk rock!





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7 comentários:

  1. Eu a adoro demais! E obrigada pela matéria <3

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  2. Caramba que matéria é essa amore amando muito !!!

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  3. Me lembro quando tive aulas de bateria. Batucava muito em tudo quando criança. Porém me descobri no teclado. É incrível mesmo que haja tão poucas mulheres bateristas e isso em todos os gêneros musicais. E também me impressiona as poucas tecladistas.

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    1. Não tinha pensado sobre tecladistas Clarinha, sempre imaginei que por aquela velha cultura de "meninas devem tocar piano", houvessem mais tecladistas (por associação). Isso é algo que vou observar mais agora ;)

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  4. O documentário deve ser muito bacana. Deve dar uma sensação muito estranha ver esses bastidores tão íntimos e tão antigos depois de tudo que já aconteceu...
    Enfim, anotada a dica pra ver qualquer dia desses. ^^
    bjin

    http://monevenzel.blogspot.com.br/

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