No início do mês entrou em vigor a Lei nº 13.185, que estabelece o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, mais conhecido como bullying. Agora, estabelecimentos de ensino, clubes e agremiações recreativas devem assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate a esse tipo de comportamento.
E por que estamos falando sobre isso no blog? Porque sabemos bem o quanto alternativos são alvos de bullying na escola. Ainda vivemos em uma sociedade conservadora, vide o atual Congresso Nacional, que vem dando graves indícios de retrocessos. Somos um país multicultural, conhecido pela diversidade, mas que na prática mostra outra história. Vendemos ao mundo a imagem de um povo pacífico e no entanto os dados de violência são alarmantes.
Em dezembro lançamos o debate Preconceito ao Diferente com base no depoimento da cantora Fernanda Takai e entre os relatos havia o de leitores adolescentes. A gente sabe que essa é uma fase difícil, de muitas dúvidas e inseguranças, fácil de ser manipulado e afetado por opiniões de fora. Como não possuem a casca de defesa adquirida pela maturidade, viram presas fáceis para maldades alheias. Só que isso pode ter consequências mais sérias do que imaginam!
Antes que comece acusações de frescura, o bullying é uma ponte comprovada para transtornos mentais. A causa mais comum é a depressão e sendo uma doença silenciosa que provoca vergonha por ser associada a fraqueza, pode levar ao suicídio. Já abordamos aqui o tema que segundo a Organização Mundial da Saúde, tem causado mais mortes de jovens do que o HIV no mundo todo.
O bullying é caracterizado por intimidação física e verbal. A perseguição pode ser feita cara a cara e também por cyberbullying, ou seja, crime cibernético. Por serem considerados diferentes, alternativos são alvos frequentes de abusos psicológicos e caso pertençam a algum grupo oprimido, o assédio piora. Muitos perdem a autoestima, se tornam introspectivos por medo ou violentos para se defender. Os traumas podem permanecer o resto da vida e afetar a convivência em sociedade quando adulto.
Infelizmente demorou demais para sair essa Lei, quantas vidas não precisavam ser destruídas pelo descaso ao longo dos anos. A boa notícia é que hoje o Governo admite a gravidade do assunto, combatendo aqueles que o varriam para debaixo do tapete. Uma das maiores misérias que um país pode sofrer é a falta de educação. Sem ela, não há progresso. Que as próximas gerações sejam informadas de seus direitos e assim consigam se libertar desses gatilhos cruéis. E se você está passando pela situação, não se envergonhe de pedir ajuda!
"É ok ser estranho e não pertencer a um grupo e dane-se quem achar que você é menor do que eles."
Adorei o post!
ResponderExcluirE concordo! Dane-se o que acharem da gente.
Realmente demorou para reconhecerem que isso não é frescura de ninguém e sim um problema grave e silencioso da nossa sociedade.
É o que eu sempre digo, só quem já sofreu bullying sabe como é se sentir a pior pessoa do mundo todos os dias. Se sentir com vergonha de coisas que você se quer teve opção de escolha. Eu sofri bullying por todo o ensino fundamental e hoje, olhando para trás, eu vejo como isso afetou a minha vida de um jeito que eu nem tinha noção na época. O "meu" bullying não foi tão pesado ao ponto de eu querer me matar ou coisa do tipo, mas era um bullying que me tornava dependente das pessoas que me atacavam (?), o que é ainda pior porque a pessoa sofre, não percebe bem, ninguém ao redor consegue perceber porque aparentemente tá tudo bem, mas as consequências aguardam no futuro.
Enfim, a gente precisa ficar bem atento ao nosso redor pra parar esse tipo de atitude. Só assim conseguiremos acabar de vez com isso.
bjin
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