Última Quimera é um zine dedicado a informações sobre a subcultura gótica, criado por Freon (Sad). O zine tem a proposta de trazer conteúdo aberto e diverso a todos que se interessem pela subcultura, sendo uma alternativa ao caos de informação que as novas tecnologias e as mídias sociais trouxeram ao dia a dia.
Fomentar a prática de leitura tem sido algo muito difícil pra quem lida com produção de conteúdo sobre cultura alternativa. Embora muitos acessem a internet para ler textos, projetos impressos ainda enfrentam grande resistência. Muitos esquecem que estes projetos não tem fins lucrativos e que o retorno para que o trabalho prossiga e cresça está no ato de adquirir essas publicações impressas para que elas se autofinanciem. Esse é um hábito/uma cultura que lutamos desesperadamente para criar entre os alternativos brasileiros: sair um pouco da internet, do virtual, e colocar as mãos (literalmente) num material criado pensando em você! Para ter aquele momento único de concentração. Esse 'contato físico' entre criador de conteúdo e leitor alvo, não pode se perder.
Vou comentar aqui sobre o conteúdo da edição 3 e da 4 e aqui está o link da resenha das edições anteriores. Ao fim do texto tem as informações sobre como conseguir a sua edição.
A edição #3 trás na capa um homem carregando duas pesadas sacolas, uma contendo 'felicidade' e outra 'identidade', essa edição encerra a trilogia inicial sobre o crescimento da subcultura na atualidade e o resgate da memória da história do gótico brasileiro.
Logo na primeira matéria, "Antro - A memória perdida do gótico brasileiro", Freon comenta sobre essa casa noturna quase esquecida que funcionou no bairro da Aclimação em SP.
Mas o foco desta edição é sobre consumismo na cena gótica, e o ótimo texto da Coconut Sioux sob o título "Shadow over Substance - O fantasma do consumismo na subcultura gótica" reflete um tema recorrente nos debates virtuais: a subcultura gótica está perdendo sua identidade original sendo esvaziada e reduzida a um mero estilo ou tendência de moda?
A seguir, Everton Alves tras o texto "A linguagem profana do corpo" aborda a performance, a linguagem corporal e o culto a Tanatologia.
O último texto do zine é um texto meu, "O esvaziamento ideologico e estético das subculturas", onde trago na verdade uma tradução de texto escrito por Joshua Ellis onde o autor fala sobre como era ser alternativo antes da proliferação da internet e como se desenvolve o processo da apropriação do mainstream das culturas alternativas.
O zine finaliza com a já habitual lista com dicas de bandas, desta vez com a produção gótica japonesa.
A edição #4 trás na capa Dark x Post Punk - Resistência/Existência, em sua introdução, a suposta decadência da cena gótica brasileira em contraponto com as diversas iniciativas recentes das boas coisas que estão por vir, como eventos, projetos, bandas, festas valendo citar o Sebo Clepsidra, um espaço precioso em São Paulo para a produção literária gótica.
A matéria de abertura escrita por Freon, é um tema que me interessa muitíssimo e que adorei a leitura, trata-se do texto "DARK - O protogotico brasileiro", onde o autor explica porque a primeira geração gótica brasileira ficou conhecida sob o nome de "os darks".
A lista de bandas trás os lançamentos góticos de 2018 e Kei Hrist dá um show na matéria "Muito além dos tutoriais - A importância da maquiagem na subcultura gótica". Fugindo da onda dos tutoriais da internet, a autora aborda o histórico das origens da maquiagem gótica!
O zine termina com um novo espaço dedicado à recomendações de livros, filmes, quadrinhos e discos. Como notaram, essa edição possui apenas duas matérias mas são matérias contendo 5 páginas cada uma com informações preciosíssimas. A edição #4 se tornou um daqueles materiais referência pra guardar e consultar!
O zine termina com um novo espaço dedicado à recomendações de livros, filmes, quadrinhos e discos. Como notaram, essa edição possui apenas duas matérias mas são matérias contendo 5 páginas cada uma com informações preciosíssimas. A edição #4 se tornou um daqueles materiais referência pra guardar e consultar!
A Última Quimera é um zine gratuito e sem fins lucrativos, mantido com recursos pessoais dos editores e colaborações eventuais dos apoiadores. Devido aos tempos difíceis em que vivemos, uma contribuição opcional de R$2,00 ajuda a manter a produção. Para contribuir e adquirir suas edições, basta contatar a equipe. E se você mora fora de SP capital, pode adquirir pagando os custos de envio.
Email: ultimaquimerazine@gmail.com
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Artigo original do blog Moda de Subculturas. É permitido compartilhar a postagem. Ao usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos precisa obrigatoriamente linkar o artigo do blog como fonte. Não é permitida a reprodução total do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É vedada a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, não fazemos uso comercial das mesmas, porém a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.
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Não conhecia!Sinto muita falta de publicações impressas,confesso que parei de consumir por não ter um espaço adequado para guardar,mas agora estou providenciando um armário para tal e minha primeira compra em anos será a Gothic Station.Esses dias estava pensando como a subcultura anda centralizada no consumismo,fico ''escavando'' perfis onde as pessoas tem uma identidade única.Ando consumindo poucas coisas de lojas,ainda prefiro dar a minha cara nas coisas,pois no meu ponto de vista,fazer parte de uma subcultura é poder expressar arte através do corpo e não apenas vestir uma roupa e pronto.Aqui em Campinas a cena em geral anda respirando por aparelhos,muitos desistiram e foram para outros ares e/ou pararam de frequentar locais pois não se identificam mais com o que a cena se tornou (eu me incluo no segundo grupo).Não tenho muita idade,mas vejo muita diferença de quando eu entendi o que era Subcultura em 2003,quando participei da cena ativamente entre 2006-2010 e quando morei no Sul entre 2011-2013.Espero que ainda consigamos mudar as coisas,que o alternativo não se resuma a um visual elaborado e nada mais.Pareço ter uma visão meio romântica da coisa toda,mas não quero que algo que me fez descobrir-me em essência,ficar tão banal.
ResponderExcluirAbraços!