* Este post é resultado da campanha do Apoia-se. A campanha visava um post longo e completo sobre uma subcultura. Como a meta não foi 100% atingida, o post será curto e objetivo sem a análise de moda, sem informações sobre a influencia do estilo no mainstream e vice-versa (nossos diferenciais de análise), sem informações extras e curiosidades.
Origem musical
A origem mais antiga do Emo, está na figura de Ian MacKaye da banda Minor Threat (1980-1983), a banda que popularizou a também subcultura "straight edge" formada por punks que rejeitavam drogas e álcool. MacKaye diz que nunca intencionou começar um movimento e considerava a ideia de "ter criado o Emo" a "coisa mais estúpida" que alguém já teria dito. Mas a sonoridade já estava presente na sua gravadora Dischorded, que dentre outras bandas lançou a Rites of Spring (que depois formaria a Fugazi), que foi considerada pioneira banda Emo, combinando a velocidade do punk com vocais que buscavam sentido na vida, a banda se recusava a dar entrevistas e vender merchandise.
Durante a década de 1980, o Emo/Emocore era apenas um termo novo que circulava como tantos outros. Foi apenas no final da década de 1990 que o Emo começa a se tornar uma subcultura de fato e no fim da década um movimento. Em 1997, a Deep Elm Records lançou The Emo Diaries, uma compilação que consolidaria o Emo como um subestilo indie. O primeiro ídolo emo foi Blake Schwarzenbach da banda Jawbreaker, cujas letras saíram direto de seu diário, mesma fórmula de Alkaline Trio. Em 2001, o álbum Bleed American de Jimmy Eat World é o que transformaria o Emo numa subcultura em nível mundial. Outras bandas seriam: New Found Glory, Dashboard Confessional, My Chemical Romance, embora o vocalista Gerard Way refutasse esse titulo e considerasse emo "um lixo", Get up Kids e Fall out Boy... todas essas bandas tornariam o Emo um fenômeno mundial em 2003.
O contraste entre raiva e sentimentalismo se tornaria a marca do Emo, afinal, a cena de hardcore punk de Washington DC era super masculinista. Tendo como base o Hardcore com letras mais intelectualizadas, introspectivas e emotivas, explorando temas como rejeição e alienação, isso atingiu uma grande audiência entre adolescentes que passavam pelo processo de amadurecimento emocional, a complexidade da puberdade e as expectativas de se tornar adultos.
Os jovens emos não tinham receio de mostrar suas fragilidades, o que para muitos punks, "não era punk de fato". A musica era a forma de interpretar seus problemas em casa ou na escola. Outra característica do Emo, é ter sido a geração que participou da transição analógica para digital, se comunicavam por chats como ICQ, redes sociais como Orkut, MySpace, Fotolog e mais tarde, Facebook. Além das conversas também trocavam músicas online.
A presença na internet criava identidades online, era muito comum que os emos não usassem seu nomes verdadeiros mas apelidos. As comunidades online eram espaços que podiam expressar seus sentimentos de forma segura.
Algumas mídias consideram o Emo a última subcultura tradicional pois desde então teria surgido outro movimento jovem com características distintas que atingiu e se espalhou de forma global e impactou os jovens de forma significativa.
O Estilo
O estilo Emo é uma mistura de Preepy Punk e Geek Chic. E tinha como principais peças:
- Calça Jeans/de brim preta super justa com cintura baixa (no início eram calças femininas) ou levemente largas, no estilo skatista, menos comum;
- Baby looks ou blusas justas com estampa de bandas, com caveiras, estrelas;
- Blusas pólo justas (referência preepy);
- Cabelos tingidos de preto ou com mechas coloridas. O estilo clássico era um cabelo de corte assimétrico, em camadas, de altura média, alisado com uma franja na lateral cobrindo um dos olhos;
- Esmaltes de unha pretos;
É claro que o estilo emo chegou ao mainstream e à marcas de moda, infelizmente esse post não abordará essa perspectiva. Você sabe dizer quais elementos dominaram a moda mainstream? Diz nos comentários!
Reportagem do Fantástico. Isso mesmo, do domingo à noite familiar, uma amostra do nível de popularidade que o estilo teve.
Artigo original do blog Moda de Subculturas, escrito por Sana e Lauren (entre em contato por email ou DM no Instagram para nossos sobrenomes completos). É permitido compartilhar a postagem. Ao usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos precisa obrigatoriamente linkar o texto do blog como fonte. Não é permitida a reprodução total do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É vedada a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, não fazemos uso comercial das mesmas, porém a seleção e as montagens de imagens foram feitas por nós baseadas no contexto dos textos.
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