A Costura do Invisível é o nome do livro e DVD do desfile que o estilista e artista plástico brasilero Jum Nakao fez 2004 no São Paulo Fashion Week.
O desfile era composto de modelos com cabeça de playmobil e vestidos românticos e vitorianos na cor branca, em papel vegetal com recortes à laser que formavam rendas. Ao final, todas as modelos na passarela começam a destruir os festidos com fúria. As pessoas presentes choravam ou ficaram chocadas. No camarim, antes do desfile, as modelos também choraram ao saberem que teriam de rasgar as peças.
O desfile foi o acontecimento do ano no mundo da moda. Entrou pra história da moda brasileira e fez o artista rodar o mundo com o projeto.
O que Jum queria? Queria mostrar como a moda é efêmera, nas palavras dele:
"O ciclo continua. Não se deve ater ao que é estético, mas estar sensível ao que se transforma. Repetir, repetir, até ficar diferente, desnudar a nossa alma.Transformando o invisível em visível". "Toda a engrenagem da moda precisa ser repensada. Ainda não privilegiamos o ato de pensar a moda e isso precisa mudar".
Jum não trabalha mais com moda, só com arte, embora tenha feito o figurino da série da TV Globo "Hoje é dia de Maria".
Essa é uma postagem que queria fazer faz tempo, lembrei de fazê-la agora porque vi o desfile da canadense Breeyn McCarney que achei muito semelhante ao trabalho que Jum Nakao fez.
É claro que fazer desfiles de roupas de papel não é novidade nenhuma, mas gostaria de todos soubessem que um estilista brasileiro fez isso - e fez história - antes da estilista canadense. Ela estará na próxima postagem do blog e vocês poderão comparar os trabalhos.
Assistam: