Quando pensamos em moda alternativa, logo nos vem à mente uma de suas características: a quebra de regras e a desconstrução do conceitos do senso comum. Quando decidi ser estilista, aprendi uma coisa muito importante: não ter
preconceito com nenhum artigo de moda. O preconceito
cria limite na criatividade, você nem sempre vai
criar pensando em seu gosto próprio, e apreciando ou não uma peça, tudo
volta! Renovado, claro. E sim, ela voltou: a pochete!
Em algumas subculturas como a Punk, as pochetes nunca saíram de cena.
©3rd Generation Nation |
Quando temos consciência que tudo na sociedade foi construído, incluindo o que devemos achar belo e o que não, o que devemos considerar elegante e o que não, percebemos como o preconceito com itens de moda é desnecessário. Mas o que caracteriza pessoas de mente alternativa é termos por hábito o senso crítico e o questionamento, então faz todo o sentido duvidar do que é dado como "certo" ou "elegante". Em subculturas como a hippie, punk, grunge e clubber, a pochete esteve presente ao longo dos anos. Os modelos atuais de pochete aparecem cheios de pitadas conceituais e alternativas.
Pochetes conceituais da marca Poch me
A origem do que viria a ser a pochete vem do século 15 em bolsas penduradas nos cintos, braços, ombros ou na diagonal no peito. Mas foi devido à Maison Pourchet, uma fábrica de bolsas que existe há mais de 100 anos na França, que surgiu a variação atual do nome. Populares mesmo, só nas décadas de 1980 e 90 e mesmo naquelas épocas elas eram ridicularizadas por alguns. Atualmente, seu retorno teve ajuda dos Hipsters, do resgate da moda noventista e já pode ser considerada uma peça retrô.
"Hipster" e a pochete inspirada no clubber noventista.
No mainstream lá por 2009, Marc Jacobs já sinalizava um
interesse da moda pela peça, mas o momento que deu impulso ao seu retorno foi o desfile de primavera da Chanel em 2014:
Logo em seguida, postamos na Fanpage sobre este desfile e no dia 25 de setembro daquele ano, levantamos uma enquete sobre o retorno da pochete, que trouxe comentários que vão do amor ao ódio à peça.
Na época, diversos sites de moda trouxerem como pauta as pochetes da Chanel, de lá pra cá, a atual coleção (foto à esquerda) ainda tem pochete!
Logo a seguir diversas celebridades apareceram usando a peça cuja opinião pública desacreditava sua volta.
Kylie Jenner / Rihanna / Sarah Jessica Parker / Kourtney Kardashian / Fergie |
Versões elegantes no Street Style em 2016.
Fonte |
Até o roqueiro Jared Letto tem sua preferida.
As pochetes e o universo alternativo
Várias marcas de pochetes as produzem de forma artesanal ou em pequena escala, só isso já as caracteriza como alternativas. Outras marcas estão ligadas em questões sociais, produzindo através de reaproveitamento de tecidos,
uma das variações da moda sustentável e do slow fashion que evita criar mais lixo e desperdício. Alguns modelos atuais
tem formatos conceituais, tanto que foram super usadas com
fantasias de carnaval.
As pochetes da marca Dai Bags
As peças com glitter que foram sucesso no carnaval da Agora Que Sou Rica.
Sua vantagem é a liberdade que dá ao portador, para mulheres que
vivem enredadas em bolsas, as pochetes dão braços livres quando
precisa-se carregar coisas ou se divertir num festival. Somos
ensinadas que ser elegante é se equilibrar em saltos altos e segurar a
bolsa no antebraço, comportamentos que simbolicamente expressam
fragilidade e movimentos deliberados, talvez por
isso muitos acham "deselegante" uma mulher de pochete, porque ela
quebra algumas exigências sociais, como a de sermos "#barbiezinhas".
Peças artesanais da marca punk 3rd Generation Nation Shop
Em versões visualmente mais agressivas (e mais potencialmente vistas como "feias") as pochetes são parte da cena punk, heavy metal e crust. Mas o espírito faça-você-mesmo não morre e a aplicação de spikes é uma opção pra incrementar um modelo básico.
No topo, modelos à venda na loja Sourpuss.
Loja Sourpuss / Reprodução / Etsy |
Casal em Harajuku.
©site Tokyo Fashion |
É bem
verdade que as pochetes podem virar moda de massa, como viraram as
bolsas em formato de concha, mesmo assim não é uma peça unânime no gosto
popular. Os alternativos estão aí pra mostrar que
não existe certo e errado na moda. E nem bonito nem feio. O que existe é
individualidade e cada um pode usar o que quiser :D
@The Goblin Queen |
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Artigo das autoras do Moda de Subculturas. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui presente sem autorização prévia. É permitido citar o texto e linkar a postagem. É permitido compartilhar o link em redes sociais. É proibido a cópia da ideia, contexto e formato de artigo. Plágios serão notificados a serem retirados do ar (lei nº 9.610). As fotos pertencem à seus respectivos donos, porém, a seleção e as montagens das mesmas são feitas por nós baseadas na ideia e contexto dos textos.
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