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6 de abril de 2010

Sobre o post da Moda na Galeria do Rock

Bom, como devem ter reparado, a postagem sobre minha decepção com algumas lojas da galeria do rock (click aqui para o post), foi super comentada pelos visitantes do blog. Uma das pessoas que comentou, me mandou o link de uma comunidade do orkut que comentou meu post.

Uma moça que comentou na comunidade está citando minha postagem de forma um pouco revoltada; vou fazer uns pequenos esclarecimentos que inicialmente não achei necessários, mas acho desigual ela poder falar mal do meu post lá e de meus parceiros e eu não poder me "defender". 

As peças de moda alternativa podem e devem ter o preço mais alto que as roupas normais - sempre disse isso aqui no blog! - mas eu não compro peça que eu ache que não vale o preço, seja pra marca underground, marca mainstream ou grife.

O que me incomodou nos posts da Ana Cranes no orkut e nos comentários do blog (motivo de eu postar este texto), foi a seguinte frase dela no orkut: "Só em poucas partes do texto ela diz que 'algumas lojas se salvam', mas repito não tem PEITO de falar quais são, pois troca banner com muitas lojas que criticou." 

Eu não sei de onde ela tirou no texto que as lojas que critiquei são as minhas parceiras de banner. Qualquer loja pode ter banner aqui no blog, porque eu não tenho NENHUMA relação com elas. Minha intenção com os banners é pura e simplesmente divulgar marcas alternativas no Brasil sem nenhuma relação pessoal com elas e nenhum retorno financeiro (alguns blogs cobram por banner ou exigem presentinhos: o meu não). *
E não existem SÓ as minhas parceiras de banner na Galeria do Rock! 
Existem MUITO mais lojas lá que nem sequer tem nome, site ou que os nomes não são "lembraveis". Fora um monte de loja com roupa amontoada (bem underground mesmo).
E eu não sei porque eu não "tenho peito" ao não citar o  nome das lojas.  Não tenho o direito de expor as lojas aqui! Tenho ética e sou educada o suficiente para não fazer isso. Não seria uma atitude elegante de minha parte.
Não entendi porque ela tomou as dores do meu texto e está tão incomodada com o post. Post este cujo foco não foram as lojas e sim, minha decepção por quase sair de mãos vazias: eu fui pra gastar!! Não achar nada estiloso, bonito e com preço compatível...decepciona qualquer cliente!

A partir do momento que criei o blog, eu sabia que além de sugar informações sem acrescentar nada de útil, algumas pessoas iam discordar de minhas opiniões e querer em debater. Até aí tudo bem, mas se revoltar pela minha decepção? Além da falta de interpretação de texto, tem coisa aí. Não sei o que é e nem quero saber.

O consumidor sabe o que gosta e paga pelo que quer, não creio que eu tenha prejudicado algum lojista de lá expondo minha opinião, afinal, todos que acompanham o blog sabem que eu apoio todas as marcas alternativas brasileiras e as divulgo (de graça!) sempre que dá. E não deixarei de apoiá-las. Há muito mais lojinhas undeground por esse país afora e que não as divulgo aqui porque acabo por selecionar as que tem ao menos o mínimo de qualidade, parece que não, mas tenho meus métodos de seleção e observação das marcas.

Tenho certeza que os lojistas mais sensatos e menos defensivos entenderam meu post como uma crítica construtiva, com intuito de melhoras na moda  alternativa brasileira, afinal eu não fui lá como profissional, fui como consumidora. Se eles não viram isso como uma crítica construtiva, de uma consumidora que não gastou seu dinheiro, desculpa, não posso fazer nada, não posso pensar pelos outros.

Curioso como uma postagem despretensiosa falando apenas da singela decepção de uma consumidora por sair da Galeria quase de mãos vazias se tornou um debate sobre a pessoa que postou, preços e moda no Brasil. Não entendo porque pessoas dão importância à coisas tão pequenas.

* Nesta época (abril/2010) o blog não tinha um espaço comercial como tem hoje e eu postava banners de loja completamente de graça, sem parceria de publipost.

2 de abril de 2010

Decepção na Galeria do Rock

Fui à Galeria do Rock esta semana  disposta a comprar algumas coisas. Ver, observar e analisar como anda o "shopping" oficial da moda underground no Brasil. Confesso à vocês que estou decepcionadíssima. Nunca senti tanto tédio na Galeria.

 *Nota da autora: atenção à data da postagem: março de 2010. Muita coisa mudou de lá pra cá, incluindo a moda alternativa nacional*

Vi roupas muito caras com tecidos de pouca qualidade,  acabamentos ruins e muita coisa igual.
Vou nas lojas como uma consumidora normal, e a Moda Alternativa é meu foco de estudo e nada escapa ao meu olhar. Observo tudo: vitrine, manequins, roupas, decoração, atendimento, disposição das peças...

Muitas das roupas que vi nas lojas de rock eram de tecidos baratos (sou estilista e conheço tecidos razoavelmente bem), alguns encontrados em lojas de fantasia, o que dava uma aparência pobre à roupa.  Nada contra usar tecidos baratos, mas se usamos tecidos baratos, precisamos ter jogo de cintura ao fazer as peças pra ele não aparentar ter custado pouco. Haviam peças com acabamentos tortos ou mal feitos. O resto, toda aquela imensidão de lojas, está vendendo roupas muito caricatas.

Fiquei chocada com uma uma saia básica custar 120 reais. Sei que são peças de estilo e obviamente devem ser mais caras que as roupas normais, e também sei que os lojistas precisam sobreviver neste meio, mas considero isso preço de grife! E grifes, pelo que eu saiba, trabalham com materiais de primeira qualidade, tem ateliê/confecção, investem em profissionais formados e atualizados no mercado. Neste caso, o tecido da saia poderia ser comprado na 25 de março por 20 reais o metro e a saia usava 40cm de tecido, ou seja, poderia ser vendida por uns 50 reais e o empresário já tirava um lucro bom!
Há marcas alternativas que  podem vender uma saia por 120,00 porque são criações autorais, com qualidade e feita por profissionais, mas é preciso entender que há marcas cuja peça não é elaborada e o tecido/acabamento é de baixa qualidade. As lojas podem colocar o preço que quiserem em suas roupas, é claro; mas certos valores soam desleais com o consumidor. O preço deve ser compatível com o que é oferecido.

Talvez os altos valores justifiquem as baixas vendas, mas será que não é preciso repensar? Perceber que o consumidor não é bobo? Perceber que se a peça é cara o consumidor leva só uma ao invés de duas ou três? Perceber que há pessoas adultas que precisam de roupas compatíveis com a idade? Perceber que há um público ávido por peças mais elegantes e menos sexies? Às vezes o menos é mais.
Falta variedade de estilo (há poucos estilos de subculturas), vi apenas uma do estilo Gothic Lolita (que precisa urgente melhorar a qualidade) e as estilo Pin Up deixaram a desejar. E faltam cores também, está tudo muito negro. Ser alternativo não é usar só roupa preta.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a mesmice: todas as lojas vendem as mesmas roupas. Das mesmas confecções. O que seria isso? Tentativa de anular a concorrência? A concorrência é fundamental pro crescimento do mercado, a mesmice não é o que atrai o consumidor alternativo que procura algo novo, diferente e inovador.

Já frequentei muito a Galeria, já fiz muita compra de blusinhas a 30 reais (preço compatível na época com as peças), lembro que as saias eram na faixa de 40 a 60 reais e que algumas peças eram mais caras (no máximo até 100) porque eram super elaboradas, diferentonas, valiam o preço. Não digo que tudo deva custar estes mesmos preços hoje, mas me deu a impressão que antigamente os preços eram mais compatíveis com a qualidade do produto.
Não é por sermos alternativos que devemos ser obrigados a vestir peças de baixa qualidade e andar na rua com roupas de tecidos de aparência "barata" mas que pagamos R$100.

Onde está o mercado alternativo nacional?
O que há de moda alternativa de fato, neste país? Ela existe? Há essa alternativa?
A moda alternativa, como o próprio nome diz é uma alternativa à moda mainstream.
Mas o que acontece é que por não encontrar o que preciso na moda alternativa, recorro a moda mainstream.
E por mais contraditório que possa parecer, é a moda mainstream que tem salvado meu guarda roupa há alguns anos. O restante das roupas do meu guarda roupa são peças feitas por mim mesma. Pois o alternativo não está acompanhando com a mesma rapidez os meus desejos consumidores.
Parece-me que falta profissionalismo na moda alternativa nacional, está tudo ainda muito amador.

Há algumas poucas marcas/lojas na Galeria que merecem meu total apoio, pois vi uma melhora na qualidade das peças com o passar dos anos e a tentativa de cativar o consumidor.

Por conta de tudo que vi, estou preparando uma pesquisa sobre a Moda Alternativa no Brasil, e assim que o questionário estiver pronto, vou divulgar as questões e pedir aos leitores do blog que as respondam. Esta pesquisa ficará comigo e fará parte de meus estudos.

Pra finalizar, eu não saí de mãos vazias da Galeria, eu comprei apenas uma blusa, em uma loja que eu não conhecia e que fui muito bem atendida por uma moça muito estilosa e simpática que foi muito caprichosa: pegou a blusa que comprei e colocou em um saquinho de presente com um adesivo da loja e depois colocou o saquinho numa sacola de papel negro com o logo da loja - um mimo! Nada daquelas sacolas de plástico pretas!
Essa loja ganhou pontos comigo. Pois eu achei o máximo o carinho com que trataram o consumidor.
Sobre a blusa, porque a comprei? Porque reconheci a marca da mesma.
Não era marca de nenhuma loja da Galeria, e sim, de uma confecção do Brás, com a qual já fiz desfile, uma confecção de qualidade e o preço que ela estava sendo vendida era compatível.
Comprei porque tive certeza que paguei o preço que a peça valia, porque destes assuntos, felizmente, eu entendo.


17 de janeiro de 2010

SP Fashion Week: Cavalera

O tema da Cavalera era "Sexo, Moda e Rock n Roll" e o desfile foi na Galeria do Rock. O antro histórico e underground da cidade.
Sinceramente?
Sem graciiiinha...
Com um tema tão abrangente como esse e com o dono da marca sendo um baterista, poderia ter peças mais ousadinhas né? Achei tudo muito comum, sem salzinho, obviozinho... cadê a ousadia que o Rock propõe? Deu um Deja vu da década de 90, aquele minimalismo extremo que me deixou traumatizada. Cruz Credo, quero distância da moda anos 90!!
Uma pena. Um tema tão rico!
Aqui umas fotos das peças que achei melhorzinhas. Óbvias como podem observar. O resto não gostei. A quarta foto, um vestido tubinho tomara-que caia é by Madame Sher (ela de novo).


7 de janeiro de 2010

Dica de Loja: Extreme Art

Hoje minha Dica de Loja é a Extreme Art Acessórios
É uma loja que conheço há muito tempo que antes vendia apenas para lojistas, hoje ela já tem loja online com uma grande variedade de produtos.

Eu me interessei pela loja lá pelos idos de 2004 quando procurava cintos e acessórios com tachas e spikes. Depois descobri que era ela quem fornecia acessórios pra muitas das lojas da Galeria do Rock  e pra uma boa parte das lojas de Rock deste país.

Os produtos da loja são confeccionados em couro, recouro e sintético e metais como fivelas, pirâmides, rebites, ilhós, spikes. Na loja da empresa, eles vendem também produtos de outros fabricantes como bolsas, mochilas, coturnos, pingentes, tops e etc
O catálogo de produtos da loja é vasto, com qualidade, bom preço e algumas peças, como os cintos, com muita criatividade. Para uma loja que fornece produtos pra todo o Brasil, é pouco provável que os produtos não tenham qualidade.

Diz o texto no site: "Cada produto desenvolvido para o nosso catálogo é criado com todo cuidado e atenção, desde seu desenho até o molde e peça-modelo, cada peça passa por um processo de avaliação antes de disponibilizarmos para nossos clientes. Além de tudo, temos um grande diferencial que é a fabricação de produtos personalizados, maiores detalhes estão na sessão "encomendas". 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

29 de dezembro de 2009

Corset Popularizado, quase banalizado

Acho que não há mulher que não goste de corset e corselets! São peças super femininas e que valorizam nossas curvas.
Não gosto da forma que o corset (espartilho) era usado antigamente: pra fazer a mulher ficar sem poder se mexer; madame; com falta de ar; deformada; ilustrando as riquezas dos maridos como um bibelô e moldando o corpo como o macho gostava.

Mas eu gosto muito da forma sensata que estão sendo usados hoje, como peça de estilo ou pra dar uma leve afinada na cintura sem exageros.

Eu sempre gostei da peça, desde criança já desenhava looks com corsets. Nunca estiveram muito presente na moda desde a liberação das amarras do corpo feminino no começo do século XX, o que se via em editoriais até então eram corselets (peças com mesmo formato do corset, mas sem a finalidade de afinar a cintura, apenas usada como peça de estilo). O único lugar que os corset e corselets nunca saíram da moda, foi na Moda Underground.
Se vocês forem pesquisar livros sobre subculturas do século XX, eles estarão sempre lá, com os góticos, os fetichistas, punks... No Brasil, eu sempre vi corselets na Galeria do Rock, antes apenas nas lojas góticas, hoje, acho que toda loja da Galeria vende um corseletinho por mais simples que seja.

Já os corsets (espartilhos), a primeira vez que ouvi falar da confecção deles por aqui, foi em 2005, quando peguei um flyer - na verdade um cartão- da Madame Sher na Galeria do Rock. Fui pesquisar e foi nessa época que conheci o trabalho dela e pesquisando acabei conhecendo outras marcas como Madame Rouse, Black Cat, e etc. Hoje em dia há muitas outras marcas e pretendo fazer uma postagem mais completa sobre o assunto em breve.

Eu tenho notado que a busca por corset e corselets está intensa da parte feminina. Popularizou mesmo! Uma peça que antes era apenas restrita  e interessada ao público underground.

Tem meninas que não gostam da popularização, de ver o "povão" usando. Acho que todo mundo tem a liberdade de usar o que quer, dentro do seu estilo, sem se trair, seja uma pessoa alternativa, uma artista modista ou uma mulher do "povão". A moda passa, o estilo fica, assim já dizia Chanel na década de 20.

O que temos que ser contra é a banalização da peça. Acho que ainda não chegamos à esse ponto com o corset, mas podemos estar perto. Mas uma coisa que banalizou bem, pra vocês terem uma idéia do que eu quero dizer, foi o estilo Pin up! Puxa vida como banalizou. É estranho uma subcultura banalizada ao ponto que foi banalizado as Pin ups! Um estilo antes tão subcultural e pouco conhecido, agora sendo usado por todo tipo de gente que, de repente "virou" Pin up e que "sempre amaram o estilo, mas não sabiam o nome". Não gosto de banalização da estética das subculturas, acho um desrespeito com quem faz parte da subcultura e a  vive como um estilo de vida, não apenas usa as roupas. Usar as roupas como moda é uma coisa, viver a subcultura é outra.

Pra provar a popularização dos corset e corselets vou postar aqui um link da uol (que também saiu em outros sites), com um texto sem erros, mas bem tosquinho sobre o assunto. Mas reparem que o estilo do "editorial" é bem alternativo, o que me deixou incomodada foram algumas coisas escritas como nessa frase: "maquiagem forte e escura nos olhos, com delineador e cílios postiços são a marca deste estilo". Como assim? A pessoa que escreveu o texto tá ensinado a ser "alternativa"? Como que dizendo que pra usar um corset você precisa parecer alternativa? Peraí, isso é muito ridículo! Como se pra usar as peças você tiver que se montar de estilo alternativo. Ora cada um usa a peça como quiser, "ensinar" uma pessoa a usar corset seguindo um certo estilo de maquiagem e atitude, já é forçar demais! é um passo pra banalizar a estética alternativa.

É isso que não gosto em certas ignorâncias da moda: a mania que certas pessoas têm de fazer um estereótipo de uma subcultura. Normalmente são jornalistas ou pessoas que trabalham na área que nunca estudaram Moda de fato, nunca leram livros. Irritantes!

Para ver a matéria clique aqui ou copie e cole: http://estilo.uol.com.br/moda/album/corset_album.jhtm?abrefoto=26#fotoNav=46

Me diga o que vocês, meninas alternativas pensam sobre banalização.

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