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30 de outubro de 2011

Estilo: Mari Moon no VMB

O visual da apresentadora MariMoon já virou sua marca registrada há tempos. Mari se interessa por moda alternativa e já usou roupas da marca da modelo Audrey Kitching, a Tokio Lux, em seu programa de TV.

Para esta edição do VMB, Mari escolheu um estilo misturado de cyber gótico e bailarina dark. Segundo ela, os calçados são da Bordello, a saia foi desenhada por ela e feita por Brenda Costa e o top ela diz ter comprado em Londres. Bom, na hora que vi o top o reconheci como sendo de uma estilista alternativa alemã chamada Tatjana Warnecke. Como ela não disse o nome da marca e falou que comprou em Londres, pode ser que seja uma cópia do original ou mesmo uma revenda, mas de qualquer forma, é uma bela peça.

 

Abaixo, uma foto de um editorial alternativo com a modelo usando um top igual.


17 de julho de 2011

Prime Time

Vogue Beauty Japão, setembro 2009.
Gosto da referência à renascença no rufo e nas mangas bufantes.

12 de fevereiro de 2011

Dark e Renascentista

Meu lado mocinha dramática quer muito essas peças.
Adoro as golinhas com mini rufos e o rufo de babadinhos preso displicentemente com uma fitinha (na 3º foto).


Achei legal a influência Renascentista na estampa.

 
Ruffian outono/inverno 2011
Mercedes-Benz Fashion Week New York

22 de junho de 2010

O Rufo na Moda Alternativa

Na postagem anterior vimos a história dos rufos, nesta postagem vamos falar sobre o uso do rufo nas subculturas, especialmente na subcultura gótica, que é a  subcultura que mais aceita a moda histórica e usa-a para criar adapatações para sua estética obscura.

Eu estava aqui concentrada pensando em o que escrever e quais imagens iria postar para mostrar a referência ao rufo na moda gótica e começei a refletir de onde essa paixão gótica pelo rufo pode ter vindo. Óbvio que a admiração pela moda histórica foi um dos motivos, mas como uma garota que sempre teve paixão pelo lado obcuro da vida, eu me peguei lembrando de minhas bruxas favoritas: a Evil Queen (Bruxa Má) da Branca de Neve e a  Maleficent (Malévola), da Bela Adormecida. Ambas usam rufo em seus evil-looks, a Bruxa Má tem um enorme rufo branco, enquanto que Malévola usa um discreto rufo negro pontudo por baixo da capa. E talvez, inconscientemente ou não, essas vilãs, completamente góticas, de batons fortes e vestidos negros e elegantes,  podem ter ajudado a difundir entre os góticos a aparência de poder, distância e maldade que um rufo pode provocar num visual.


A subcultura gótica ama o rufo. A peça é constantemente explorada em editoriais de revistas e por artistas alternativos como Viona Ielegens.


A fotografia de Silent View/Order e Annie Bertram também exploram looks com rufos.


Natalie Shau trás constantemente essa peça em sua arte fotográfica digital.


Na moda fetichista, os neck-collars são bem populares. Por que não dizer que eles são também inspirados nos rufos? A peça justa exige uma postura altiva, rígida e, em alguns casos, como exige a moda fetichista, imobilidade. Obviamente, com estilistas criativos, a peça toma novos formatos, mas ainda assim, lembra sua forma original.


Não só pela estética austera e aristocrática que a peça produz, mas também pela dramaticidade e beleza, o rufo pode fazer a diferença no visual. Seja numa reprodução fiel aos originais, seja como um detalhe discreto no look , um babadinho da gola aparecendo por baixo da roupa ou mesmo uma gargantilha imitando seu formato franzido. Os rufos ainda tem uma longa vida na moda underground.

Mais postagens sobre a relação entre moda história e subculturas aqui.

O Rufo


Origens do Rufo:
No século XVI, uma peça chamada chemise era usada sob as roupas. Muito utilizada na Espanha, Inglaterra e França, esta peça indicava limpeza corporal e eram trocadas constantemente (já que naquelas épocas as pessoas ficavam muito tempo sem banho). A gola destas chemises, possuía um cordão que, puxado, amarrava a gola; essa gola, franzida pelo cordão, era visível por baixo das roupas masculinas e femininas. Posteriormente as golas das chemises foram engomadas e plissadas até darem origem ao chamado rufo, que foi uma forte tendência de moda começada entre  1530 e 1540. "E como sempre ocorre na moda, as pessoas começaram a competir entre si para mostrar quem tinha a versão mais absurda dos tais rufos", diz a autora do livro  “Breve História da Moda”, Denise Pollini.

Para ler a postagem sobre o Rufo, você deve ser redirecionado ao meu novo  Blog, exclusivo sobre História da Moda. Clique AQUI para acessar o blog. Link do post: 
http://modahistorica.blogspot.com.br/2013/05/o-rufo.html



Veja também:
Renascença e a Moda Alternativa
O Rufo na Moda Alternativa

Mais postagens sobre história da moda no link Moda Histórica.
O texto foi escrito pela autora da blog, de acordo com pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Se forem usar para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.
 

17 de junho de 2010

A Renascença e a Moda Alternativa


A chamada Renascença começou perto do ano de 1400 na Itália e se estendeu até os anos de 1500. Durante este tempo a Europa fez a transição do mundo medieval para  o inicio da chamada Era moderna, muito mais próspera. A devastação da peste negra reduziu a população européia drásticamente, os que sobreviveram resolveram buscar uma vida mundana e cheia de luxos. 

A moda renascentista carrega traços da Era gótica medieval (leia: Link 1, Link 2 e Link 3). Comerciantes e navegadoras faziam o comercio em rotas asiáticas e via oceano. Eles trouxeram do oriente para a Europa sedas, brocados, novas técnicas de tingimento, temperos, perfumes e jóias nunca antes vistas. Este merchandise asiático foi inserido na Europa por famílias como os Borgias e os Médici. 
A moda italiana renascentista era simples mas com tecidos luxuosos, joalheiria elegante e cores brilhantes. Lá por 1450, os vestidos femininos passaram a ter a parte de cima separada da saia, dando origem aos primeiros corpetes. As mangas, em homens e mulheres eram bastante elaboradas e bufantes. O comercio levou esta moda italiana para países como a França, Alemanha e Inglaterra. Geralmente a moda renascentista inglesa era menos gracioasa que a moda italiana e menos exagerada que a alemã. Durante os anos de 1500, devido às transações comerciais, a moda de um pais influenciou e até mesmo se misturou com o outro. Em 1550, as cortes inglesa, francesa e espanhola usavam a moda alemã amenizada. Inglaterra e Espanha disputavam o domínio do comericio marítimo e tiraram a liderança italiana da moda. O “estilo espanhol” para as mulheres, com seus corsets de couro e farthingales cônicos (um dos primeiros farthingales espanhóis data de 1470 e foi popular durante toda a era elizabetana)com elaboradas anáguas (petticoats) se tornaram moda em toda europa.

Lembrando que as referências históricas visuais que temos de cada época são representações dos nobres e burgueses. Os populares vestiam-se sempre de forma mais simples que os ricos ou de acordo com suas ocupações.
Houve muitas variações de estilo durante a Era Renascentista. O texto abaixo é um resumo das características principais da moda renascentista na Inglaterra. Mas havia também a moda alemã,  espanhola, italiana, francesa, polonesa etc, futuramente detalharei estas modas.

Características Gerais da Moda da Era Renascentista:
  • Empregava tecidos caros e elegantes (brocado, veludo, seda). 
Renascença Alemã
  • O vestuário de senhora acentuava as formas naturais do corpo, enfatizando discretamente o peito e acentuando o quadril;
  •  A saia caía com pregas largas e generosas e o corpete justo apresentava um decote quadrado ou circular;
  • Um lenço e um leque eram acessórios importantes, o uso dos anéis era de grande importância e representavam a possibilidade de uma dama viver sem precisar trabalhar na lida com as coisas da casa.
  • A roupa de homem era composta por um casaco que ia até ao joelho (ou era mais curto), gibão (uma espécie de colete) com diversos tipos de gola e com ombros almofadados, beca, calções até os joelhos, chapéus achatados e largos, camisas amplas com punhos justos (chemise), sapatos de couro e sola baixa com bico de pato, correntes e capas curtas presas no ombro. 

Sobre o Traje da Era Tudor (Inglaterra):
  • Durante o século XVI, o Nordeste da Europa e as Ilhas Britânicas tiveram um período de frio extremo, fazendo com que as roupas passassem a ter mais camadas de tecidos, inclusive bem pesados. As silhuetas são  amplas, de forma  cônica para as mulheres e larga na parte dos ombros para os homens, obtida através de golas e mangas largas. Usavam uma camisa de linho (chemise), um gibão que expunha as mangas do chemise, meias calças que eram como os leggings de hoje e um vestido tipo capa que era aberto na frente e de mangas curtas, podendo ir até o tornozelo e posteriormente até os joelhos.
  • Sobre os acessórios: os chapéus, tinham borda arrebitada ou arredondadas.  Sapatos, masculinos ou femininos, eram lisos de fôrma  arredondada e mais tarde  em fôrma quadrada. Botas  eram usadas para montar a cavalo.
  • O traje feminino  da Era Tudor era composto por um vestido longo com mangas sobre uma chemise. A  moda feminina na época tinha contrastes, pois cada esposa do Rei era de uma nacionalidade. Ana Bolena usava a moda francesa e Catarina de Aragão, a moda espanhola. Na moda espanhola os vestidos tinham a cintura natural e  corpete de ponta em V, os espartilhos não eram para apertar e deformar o corpo como na Era Vitoriana, mas para  dar postura rígida. As saias eram elaboradas e volumosas. Chapéus, capuzes e redes de cabeça  eram os acessórios.
  • A moda francesa tinha vestidos com decote quadrado que revelava a chemise junto à pele e tinha mangas justas. Esse traje evoluiu para um espartilho e a frente da saia exibindo bordados e enfeites, as mangas se tornaram justas em cima e largas embaixo, ao estilo trompete. Como acessórios de cabeça, muitos véus cobrindo o cabelo e capas.  Os cabelos, separados no meio ou torcidos sob o véu. Havia um adorno chamado capelo, arredondado que mostrava a parte dianteira da cabeça (foto de Ana Bolena ao lado). 
  • As cores das roupas costumavam ser vibrantes, mas a moda espanhola, ajustada e sombria devido ao gosto do Imperador Carlos V pela sobriedade, ficou em voga no fim do reinado de Henrique, assim como no reinados de seus dois filhos que o sucederam: o do rei menino Eduardo VI  e Maria Tudor. Então, entrou em voga uma silhueta ainda mais rígida fazendo as pessoas encorparem suas roupas usando enchimentos de trapos, feno e outros resíduos; essa postura altiva, abriu camino para o aparecimento do rufo
      Imagens da moda Tudor (reinado de Henrique VIII)


Moda da Era Elizabetana (Inglaterra):
  • A Rainha Elizabeth I se inspirava na moda francesa, italiana, espanhola e holandesa. Havia mais opulência nas peças, pulsos e a gola com babados evoluiu para rufos imensos (postagem em breve) houve o aparecimento do farthingale (armação de saia). O estilo espanhol só não era predominante na França e na Itália. Roupas pretas  eram usadas em ocasiões solenes. O corpete usado sobre os espartilhos era em forma de V, as mangas tinham forros contrastantes, as saias eram abertas na frente mostrando anáguas bordadas. 
  • Uma boa imagem do traje elizabetano é a obra "Rubens e sua esposa Isabella Brant" (acima à direita). 
  • Os homens usavam gibão, camisa com colarinho e pulsos com babados, jaqueta sem manga,  usavam uma espécie de meias calças, capa era indispensável,mandilion, sapato arredondado ou botas que começavam a ter saltos e eram justas e até a altura das coxas e  chapéu.
  • Depois da moda do Renascimento, veio a Moda do período Barroco, que  foi determinado  pela cortes católicas da Espanha onde o preto era muito comum (para postagem sobre a cor preta no vestuário, clique aqui) sendo a cor correta a ser usada publicamente como demonstração da índole religiosa de qualquer pessoa. O preto era aceito como adequado também para os vestidos de noiva, embora tenha sido neste momento que surgiu o vestido de noiva branco como novo padrão de elegância.

A Moda Renascentista nas subculturas:

Vestidos simples inspirados no estilo Tudor:



Rufos e peças mais elaboradas com referência Elizabetana:



Vestidos pretos: referência à corte espanhola e ao fim da Era Renascentista começo da Era Barroca:


As subculturas também adoram misturar épocas, na primeira foto: rufo, cabelo e vestido inspirados na Era Renascentista, mas o corset não é do período. Na segunda foto, uma Gothic Lolita com referência  do final  da era renascentista e começo da era Barroca na gola quadrada e nas mangas com babado, uma versão não-óbvia do período, estilizada, vinda da cabeça de algum designer.


É bem comum na subcultura o uso do rufo renascentista compondo looks nem sempre inspirados no período e também as blusas de decote quadrado. O que é raro de ver, seja na moda underground, seja em coleções de grandes corsetmakers é o corset Elizabetano de modelo reto e bicudo. 


Mais sobre a moda renascentista no blog Sombria Elegância


Postagem complementar à Era Renascentista: O Rufo
Mais postagens sobre história da moda no link Moda Histórica.
O texto foi escrito por mim, de acordo com pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Para uso em trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.

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