Alexander Mcqueen - S/S 2011

Essa foi a primeira coleção da marca Alexander McQueen sem seu criador à frente.  Sara Burton, foi sua assistente-estilista por 15 anos e acabou assumindo, naturalmente, a parte criativa da marca, afinal, com tantos anos vivendo próxima de McQueen, ela certamente é a pessoa mais indicada à esse cargo.

Embora a coleção tenha sido uma homenagem fazendo referências à antigas coleções do estilista, há peças que são a cara de Sara, que tem menos rigidez nos looks.  O que me incomodou foi apenas a falta de linearidade - que eu não sei se foi proposital. As peças são muito diferentes uma das outras, não há unidade,  tem muita diversidade de estampas e formatos, fazendo uma certa  confusão como se as peças não fossem do mesmo desfile. Sabemos que uma coleção não pode ser discrepante. Uma peça tem que ter ligação com a outra.

Também há a ausência da extrema dramaticidade dark que McQueen tanto explorava, Sara deu lugar a um cenário atmosférico, pagão, uma espiritualidade "mãe-terra". A mulher do desfile começa como uma tela branca que vai sendo dominada pela natureza, culminando com as explêndidas peças imitando a borboleta monarca.

E aqui, em meus devaneios eu pensei: "Porque Sara usou específicamente a borboleta monarca?". Sabemos que McQueen sempre flertou com a morte. E, aos que não sabem, como já postei aqui, os festejos do Dia dos Mortos no México, começam com a chegada da borboleta monarca nas florestas mexicanas. Segundo os mexicanos, essa espécie de borboleta visita o mundo dos vivos uma vez por ano (no feriado de halloween/finados). E cada uma das visitantes é um ente querido que se foi.

Talvez, Sara tenha aproveitado a lenda: McQueen estava presente naquele  dia, representado naquele look lendáriamente metafórico com estampa de borboleta monarca.

 

Toque Steampunk

 Vestido Borboleta monarca

 

 Tramas Medievais